A importância da reflexão epistemológica no ato pedagógico: os paradigmas pedagógicos face ao relatório da UNESCO sobre os futuros da educação

Autores

  • Willian Souza Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, FPCEUP

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n2.538-549

Palavras-chave:

reflexão epistemológica, paradigmas pedagógicos, inovação educacional, futuro da educação

Resumo

Neste ensaio, a importância da reflexão epistemológica no contexto educativo é enfatizada à luz do relatório de 2022 da Comissão Internacional sobre os Futuros da Educação (CIFE) da UNESCO. Argumento que os professores desempenham um papel crucial no desenvolvimento das competências dos alunos, destacando os paradigmas pedagógicos de Trindade & Cosme (2016) como fundamentais para entender e aplicar as sugestões do relatório. Além disso, o ensaio aborda possíveis equívocos epistemológicos em tendências educacionais contemporâneas, como as teorias pós-críticas de currículo e inovações metodológicas relacionadas à tecnologia. Atento aos interesses das lógicas mercantilistas, destaco a importância do paradigma da comunicação para alinhar o discurso às práticas educativas, garantindo que os alunos desenvolvam uma ampla gama de habilidades enquanto são incentivados a seguir seus interesses. A reflexão epistemológica é apresentada como uma ferramenta vital para evitar um ativismo cego e promover um engajamento crítico na educação, em consonância com as ideias de Paulo Freire sobre a transformação do mundo através da educação. No geral, o ensaio destaca a necessidade de equilibrar as abordagens pedagógicas e ressalta a importância da reflexão epistemológica para orientar práticas educativas mais eficazes e significativas.

Referências

Bruner, J. (1996). The culture of education. Harvard University Press.

Canário, R. (1999). Educação de adultos: um campo e uma problemática (Vol. 7). Educa.

Capucha, L., Cravinho, J., Silva, S. M., Tribolet, J., & Veiga, P. (2022). O Digital na Educação. https://www.cnedu.pt/content/edicoes/estudos_e_relatorios/O_Digital_na_Educ acao_2022.docx.pdf

Carbonell, J. (2002). A aventura de inovar: a mudança na escola. Artmed.

Comissão Internacional sobre os Futuros da Educação, UNESCO. (2022). Reimaginar nossos futuros juntos: um novo contrato social para a educação. Disponível em: https://unesdoc.unesco.org/ark:/48223/pf0000381115

Correia, J. A. (1989). Inovação pedagógica e formação de professores. Edições ASA.

Cosme, A., & Trindade, R. (2013). Organização e gestão do trabalho pedagógico: perspetivas, questões, desafios e respostas. Mais Leitura.

Cosme, A., & Trindade, R. (2022). Inovação curricular e pedagógica: uma reflexão sobre o projeto de autonomia e flexibilidade curricular. Estado da Educação 2021.

Freire, P. (2014). Extensão ou comunicação? Paz e Terra.

Lopes, A. C. (2013). Teorias pós-críticas, política e currículo. Educação, sociedade & culturas, (39), 7-23.

Lopes, A. C., & Macedo, E. (2021). Apresentação: Uma alternativa às políticas curriculares centralizadas. Roteiro, 46(1), 101-110. https://doi.org/10.18593/r.v46i.27181

Macedo, E. (2012). Currículo e conhecimento: aproximações entre educação e ensino. Cadernos de pesquisa, 42, 716-737.

Santos, L. L. (2007). Currículo em tempos difíceis. Educação em Revista, 291-306.

Trindade, R., & Cosme, A. (2016). Instruir, aprender ou comunicar: Reflexão sobre os fundamentos das opções pedagógicas perspetivadas a partir do ato de ensinar. Revista Diálogo Educacional, 16(50), 1031-1051.

Young, M. (2007). Para que servem as escolas? Educação & sociedade, 28, 1287-1302.

Downloads

Publicado

2024-06-24

Edição

Secção

Article