Música, Saúde Mental e Pandemia: Manter-se (Im)Produtivo em Tempos de Confinamento
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v16.n2.182-193Palavras-chave:
Pandemia, Isolamento Social, Música, Trabalho, Processos de CriaçãoResumo
Neste artigo abordamos a relação entre arte e pandemia desde a perspectiva de músicos e musicistas que trabalham com e vivem da música. O objetivo do estudo foi compreender como as condições de restrição social e risco epidemiológico têm interferido na produção, criação e subsistência de profissionais da música. Foram realizadas entrevistas com cinco artistas que atuam profissionalmente com a música, sendo essa sua principal fonte de renda. As respostas obtidas foram problematizadas com discussões de autores que estão abordando as questões psicológicas, sociais e econômicas decorrentes da pandemia, como Giorgio Agambem, Boaventura de Souza Santos e Alain Bihr, em diálogo com as teorizações sobre processos de criação apresentadas por Lev Vigotski e interlocutores/as. Como resultados, constatam-se os efeitos do isolamento social e restrições de mobilidade nas condições de trabalho e seus desdobramentos. Os/as profissionais se reinventaram em apresentações via plataformas digitais, mas logo constataram esgotamento da prática e se viram obrigados a desenvolver atividades econômicas diversas da música para garantir a subsistência.Referências
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