A formação inicial dos professores de química na promoção da educação inclusiva

Autores

  • Carolina Conceição Prado Universidade de Brasília - UnB, Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências
  • Gerson Mól Universidade de Brasília (UnB), Instituto de Química.

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n4.1347-1375

Palavras-chave:

Ensino de Química, Formação de Professores, Educação Inclusiva

Resumo

Práticas Inclusivas são um imperativo na educação atual, pressupondo que os professores estejam preparados desde a sua formação inicial, tendo em conta os princípios da Educação Inclusiva, nomeadamente a equidade. Neste estudo investigamos a formação inicial de Licenciandos em Química da Universidade de Brasília na promoção da Educação Inclusiva, com foco na disciplina "Ensino de Química na Escola Inclusiva", destacando os desafios e as práticas educacionais inclusivas. Foi realizada pesquisa qualitativa, exploratória e descritiva com 11 estudantes matriculados nesta disciplina, com a utilização de questionário e entrevistas semiestruturadas. Os resultados revelaram as percepções dos participantes sobre a formação para práticas pedagógicas inclusivas. Todos os participantes relataram sentir-se despreparados para atuar de forma inclusiva, especialmente devido à falta de conteúdos e abordagens práticas voltadas à inclusão ao longo do curso. A disciplina "Ensino de Química na Escola Inclusiva" destacou-se na formação inicial desses futuros professores, integrando teoria e prática, com destaque para dinâmicas que contribuíram para a compreensão de metodologias inclusivas. A consciência de que a formação representa apenas o início da preparação de professores inclusivos realça a importância de uma evolução contínua nas práticas pedagógicas, sustentada pela formação continuada. Concluímos que há a necessidade de repensar os currículos das Licenciaturas dando maior destaque à promoção de práticas inclusivas. A constatação da falta de preparo dos futuros professores para essa questão, destaca a importância de uma formação mais eficaz dos futuros educadores para a construção de escolas mais inclusivas. A pesquisa, além de aprimorar a disciplina em questão, traz implicações para políticas educacionais e programas de formação de professores, desafiando a equilibrar expectativas e realidade na promoção da inclusão.

Biografia do Autor

Carolina Conceição Prado, Universidade de Brasília - UnB, Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências

Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade de Brasília. Psicóloga e bacharel em Biologia há 21 anos. Licenciada em Psicologia e Ciências biológicas. Doutoranda em Educação em Ciências pela Universidade de Brasília. Atualmente é pesquisadora, psicóloga clínica e atua como professora na educação superior. Tem experiência na área de Educação e Fisiologia, com ênfase em Neurociência, atuando também nos seguintes temas: promoção da saúde, educação a distância, ensino de Ciências, educação inclusiva e Biologia e psicopedagogia.

Gerson Mól, Universidade de Brasília (UnB), Instituto de Química.

Bacharel e Licenciado em Química pela Universidade Federal de Viçosa, mestre em Química Analítica pela Universidade Federal de Minas Gerais e doutor em Química pela Universidade de Brasília - UnB, com pósdoc na Universidade de Aveiro - Portugal. Professor do Instituto de Química da UnB. Orienta nos programas de pós-graduação em Ensino de Ciência e em Educação em Ciências da UnB. Parecerista de revistas científicas. Ex-Presidente da Sociedade Brasileira de Ensino de Química - SBEnQ. Editor da Revista da SBEnQ. Pesquisa e orienta em Educação Inclusiva com foco no Ensino de Ciências.

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Publicado

2024-12-29

Como Citar

Conceição Prado, C., & de Souza Mól, G. (2024). A formação inicial dos professores de química na promoção da educação inclusiva. Cadernos De Educação, Tecnologia E Sociedade, 17(4), 1347–1375. https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n4.1347-1375

Edição

Seção

Artigo