O processo de formação profissional docente como espaço de produções subjetivas
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n4.1430-1443Palavras-chave:
formação de professores, formação profissional, formação inicial, subjetividade, produções subjetivasResumo
O objetivo do artigo é analisar como os processos de formação profissional docente consideram a subjetividade e a produção de recursos subjetivos ao longo do processo formativo. Foi realizada uma revisão narrativa de literatura em dissertações de mestrado e teses de doutorado, desenvolvidas nos últimos 10 anos, tendo como referência a base teórica da subjetividade, na perspectiva cultural-histórica, que busca avançar no reconhecimento da complexidade dos processos humanos, contribuindo para uma compreensão distinta do processo de preparação para o exercício da profissão docente. Como resultados foram produzidas três categorias de análise, a saber: a) a formação profissional docente permeada pela subjetividade individual e social; b) a formação profissional docente como favorecedora da produção de recursos subjetivos e constituição do sujeito; c) a formação profissional docente como processo de desenvolvimento da subjetividade. Conclui-se que a formação profissional docente é um processo complexo que abrange aspectos cognitivos, emocionais, motivacionais e sociais, requerendo do docente uma participação ativa na construção de sua formação.
Referências
Brasil. (1996). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n. 9.394/96. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seed/arquivos/pdf/tvescola/leis/lein9394.pdf. Acesso em 9 jan. 2024.
Anache, A. A.; Martins, L. R. R. (2019). A subjetividade social em relação à educação especial e os desafios da formação docente. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 107-132.
Assunção, R.; Rossato, M. (2020). O desenvolvimento humano como processo de constituição do sujeito no contexto da formação continuada de professores. In: Santos, P. C.; Santos, A. F. C. (Org.). Educação e Contemporaneidade: Temas emergentes. Curitiba: Apris, 71-100.
Assunção, R. (2018). Desenvolvimento humano como processo de (re)construção do sujeito no contexto de um curso de formação de professores. Dissertação (Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar). Brasília: Universidade de Brasília.
Campolina, L. O.; Lampert, H.; Guaritá, L. P. (2019). Subjetividade social e as representações dos estudantes na formação em psicologia. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 177-198.
Cavalcante, E. R. C. (2016). Entre a vida formativa e a vida profissional: produção subjetiva sobre o ingresso docente no sistema público do ensino do DF. Dissertação (Mestrado em Educação). Brasília: Universidade de Brasília.
Coelho, F. P., Almeida, B. L. M. (2020). Concepções, perspectivas e dilemas sobre a formação continuada dos professores de educação física. In. Peixoto, R. (Org.). Formação inicial e continuada de professores: políticas e desafios. Curitiba: Bagai, 71-83.
Chelala, J. C. (2021). Aprendizagem de licenciandos como produção subjetiva em práticas de modelagem no ensino de química. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas). Belém: Universidade do Pará.
Egler, V. L. P. (2022). Aprendizagens de professoras na ação pedagógica: compreensões a partir da teoria da subjetividade. Tese (Doutorado em Educação). Brasília: Universidade de Brasília.
Fortes Lustosa, A. V. M.; Gonçalves Mendes, E. (2019). A formação inicial de professores para a educação especial: contribuições da teoria da subjetividade. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 89-106.
Garcia, C. M. (2010). O professor iniciante, a prática pedagógica e o sentido da experiência. Belo Horizonte: Autêntica, 2(3), 11-49. Disponível em: http://formacaodocente.autenticaeditora.com.br. Acesso em 09 mai. 2024.
Gatti, B. A., E.; Barretto, S. de S.; André; M. E. D. A.; P. C. Albieri de A. (2019). Professores do Brasil: novos cenários de formação. Brasília: UNESCO.
González Rey, F. L. (2014). A imaginação como produção subjetiva: as ideias e os modelos da produção intelectual. In. Mitjáns Martinez, A.; Álvarez, P. (Org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Libro, 35-61.
González Rey, F. L. (2003). Sujeito e subjetividade. São Paulo: Thomson.
González Rey L. F. (2000). Saúde e subjetividade: desafios para a investigação em psicologia da saúde. Brasília: Universitas Psicologia - Revista do Centro Universitário de Brasília, 1(1), 39.
González Rey, F. L. (1995). Comunicación, Personalidad y Desarrollo. Havana: Editora Pueblo y Educación. González Rey, F. L.; Mitjáns Martinez, A. (2017). Subjetividade: teoria, epistemologia e método. São Paulo: Alínea.
Goulart, D. M., Mitjáns Martínez, A. (2023). Do desenvolvimento da personalidade ao desenvolvimento subjetivo. In. Campolina, L. O., Santos, G. C. S. (Org). Desenvolvimento e subjetividade: contribuições atuais da teoria cultural-histórica da subjetividade. Curitiba: Editora CRV.
Lima, M. H. S. (2021). Aprender a ensinar com/por pesquisa: um caso sobre as mudanças subjetivas de Diego. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências). Belém: Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Madeira-Coelho, C. M.; Vaz, L.; Kaiser, P. N. (2019). A perspectiva histórico-cultural da subjetividade na educação: desafios e contribuições às práticas pedagógicas e à formação docente. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 69-87.
Matos, C. A. (2019). O desenvolvimento subjetivo do psicólogo escolar: reflexões sobre os processos de atuação e formação profissional. Dissertação (Mestrado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar). Brasília: Universidade de Brasília.
Mitjáns Martínez, A. (2014). O lugar da imaginação na aprendizagem escolar: suas implicações para o trabalho pedagógico. In. Mitjáns Martinez, A.; Álvarez, P. (Org.). O sujeito que aprende: diálogo entre a psicanálise e o enfoque histórico-cultural. Brasília: Liber Libro, 63-98.
Mitjáns Martínez, A., Goulart, D. M., Tacca, M.C.V.R. e Mori, V.D. (2020). Teoria da subjetividade: contribuições em diferentes campos e contextos. In: Mitjáns Martínez, A., Tacca, M. C. V. R. e Puentes, R.V. Teoria da Subjetividade: discussões teóricas, metodológicas e implicações na prática profissional. Campinas: Alínea, 15-44.
Mitjáns Martínez, A., González Rey, F. L. (2019) A preparação para o exercício docente: contribuições da teoria da subjetividade. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, p. 13-46.
Mitjáns Martinez, A.; Gonzáles Rey, L. F. (2017). Psicologia, Educação e Aprendizagem Escolar: avançando na contribuição da leitura cultural-histórica. São Paulo: Cortez Editora.
Moraes, M. C. (2014). Sentidos subjetivos relacionados com sustentabilidade e docência do tema de professores em formação. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas). Cuiabá: Universidade Federal do Mato Grosso.
Mori, V. D.; Fuchijima, B. D.; Cordeiro, V. P. M. (2019). Reflexões sobre a graduação como processo subjetivo: desafios da formação do psicólogo. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 159-176.
Nóvoa, A. (2023). Professores: libertar o futuro. São Paulo: Diálogos.
Nóvoa, A. (2017). Firmar a posição como professor, afirmar a profissão docente. São Paulo: Cadernos De Pesquisa, 47(166), 1106–1133. Disponível em: https://doi.org/10.1590/198053144843. Acesso em 09 mai. 2024.
Nóvoa, A. (1995). Os professores e a sua formação. Lisboa: Dom Quixote.
Oliveira, L. S. (2014). O professor e sua formação: aspectos constitutivos desse processo. Dissertação. (Mestre em Educação). Brasília: Universidade de Brasília.
Pimenta, S. G. (2019). Formação docente: fundamento e práticas do estágio supervisionado. Brasília: UNESCO/UCB.
Pimenta, S. G. (1996). Formação de professores: saberes da docência e identidade do professor. São Paulo: Faculdade de Educação, 22(2). Disponível em: https://doi.org/10.1590/S0102-25551996000200004. Acesso em 9 jan. 2024.
Pires, I. H., Silva, T. L., Souza-Silva, J. R. (2020). A formação continuada dos docentes na era da pandemia da Covid-19. In. Peixoto, R. (Org.). Formação inicial e continuada de professores: políticas e desafios. Curitiba: Bagai, 14-20.
Ribeiro, R. A. (2022). A Dimensão subjetiva do aprender na formação para a docência interdisciplinar: um estudo de caso no clube de ciências da UFPA. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas). Belém: Universidade do Pará.
Rossato, M.; Ramos, W. M. (2020). Subjectivity in the development processes of the person: complexities and challenges in the work of Fernando González Rey. Revista de Psicología, v. 1, 1. Disponível em: https://doi.org/10.1080/02109395.2019.1710. Acesso em 9 jan. 2024.
Rossato, M.; Assunção, R. (2019). O desenvolvimento subjetivo no processo da formação docente. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 47-68.
Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.) (2019). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris.
Rossato, M., Matos, J. F., Paula, R. M. (2018). A subjetividade do professor e sua expressão nas ações e relações pedagógicas. Educação em Revista, 34, e169376. Disponível em: https://doi.org/10.1590/0102-4698169376. Acesso em 9 jan. 2024.
Silva, G. J. (2023). Mudanças nas produções subjetivas em processo de formação profissional continuada do(a) pedagogo(a) escolar da Equipe Especializada e Apoio à Aprendizagem - EEAA. Tese (Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento e Escolar). Brasília: Universidade de Brasília.
Silva, G. J.; Rossato, M.; Teles, S. M.; Calaça, A. R. P. (2022). O Processo de desenvolvimento na formação profissional docente. Educação Unisinos (Online), v. 26, 1-19.
Souza, F. R. A. (2023). Currículo e mudança subjetiva do professor: a curadoria de conhecimento para humanização da Educação Científica e Tecnológica na cultura digital. Tese (Doutorado em Ensino de Ciências). Paraná: Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Torres, J. F. P. (2019). A relação orientador-aluno na formação doutoral: uma aproximação a partir da teoria da subjetividade. In. Rossato, M., Peres, V. L. A. (Org.). Formação de educadores e psicólogos: contribuições e desafios da subjetividade na perspectiva cultural histórica. Curitiba: Appris, 199-226.
Yano, V. T. B. (2023). A dimensão subjetiva da aprendizagem de professores de física nas ações pedagógicas. Tese (Doutorado em Educação em Ciências e Matemáticas). Belém: Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Yano, V. T. B. (2017). Formação inicial e subjetividade docente no Centro de Ciências e Planetário do Pará. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas). Belém: Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Roberta Assuncao
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A revista segue a política para Periódicos de Acesso Livre, oferecendo acesso livre, imediato e gratuito ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona mais democratização internacional do conhecimento. Por isso, não se aplica taxas, sejam elas para submissão, avaliação, publicação, visualização ou downloads dos artigos. Além disso, a revista segue a licença Creative Common (CC BY) permitindo qualquer divulgação do artigo, desde que sejam referenciados o artigo original. Neste sentido, os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: A) Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License (CC BY), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. B) Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional e não institucional, bem como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. C) Autores sãoo estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: repositórios online ou na sua página pessoal), bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
