Uma Sequência Didática de Física Moderna
Percepções de Alunos de uma Pós Lato Sensu em Ensino
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v15.n2.180-198Resumo
A física ensinada no ensino médio no Brasil prioriza principalmente tópicos relacionados à mecânica clássica, muitas vezes não oferecendo oportunidades para a compreensão e discussão de tópicos atuais do contexto de vida dos alunos. Neste artigo, apresenta-se o resultado de uma pesquisa qualitativa realizada com treze estudantes matriculados em uma pós-graduação em ensino de ciências naturais no qual o objetivo da proposta foi elaborar, aplicar e avaliar uma sequência didática de física moderna embasada na metodologia Instrução por Colegas (IpC) com algumas modificações. Com algumas adaptações, a sequência didática também pode ser aplicada no ensino médio. Escolheram-se tópicos da física moderna e contemporânea como tema norteador de nossa análise, acreditando que o ensino dessa matéria ainda é muito incipiente nas escolas de ensino médio do Brasil. Foram utilizadas oito aulas, totalizando 30 horas. Para analisar os dados, foram utilizadas premissas da técnica de análise de conteúdo. A sequência didática possibilitou que os alunos da pós julgassem o cenário do ensino da física moderna, além de oportunizarem ao professor atuar como mediador do conhecimento, ponderando as respostas fornecidas pelos alunos e privilegiando a evolução do conhecimento dos estudantes.Referências
ALGEU, P. A. Física Moderna e Contemporânea no planejamento de professores de Física De Escolas Públicas do Estado do Paraná. Tocantins, 2018. 198 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal de Tocantins.
ALMENARA, D. F. et. al. Promovendo a análise das contribuições de grandes cientistas da Física Moderna utilizando metodologias ativas e recursos tecnológicos. In: XIII Semana da Física, 04 a 08 de novembroJi-Paraná, 2019. Disponível em<http://www.semanadafisica.unir.br/images/trabalhos/daniela2.pdf>. Acesso em 02/06/2020
ARAUJO, A. V. R.; SILVA, E. S., DE JESUS, V. L. B.; DE OLIVEIRA, A. L. Uma associação do método Peer Instruction com circuitos elétricos em contextos de aprendizagem ativa. Revista Brasileira de Ensino de F??sica, v. 39, n. 2, 2017.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 1977. 231p.
BERBEL, N. As metodologias ativas e a promoção da autonomia de estudantes. Semina: Ciências Sociais e Humanas, Londrina, v. 32, n. 1, p. 25-40, jan./jun. 2011.
CARVALHO, A.(org.) Ensino de ciências por investigação- condições para implementação em sala de aula. São Paulo: Cengage Learning, 2013. 164p.
BONJORNO, J. R.; RAMOS, C. M.; PRADO, E. P.; BONJORNO, V.; BONJORNO, M. A.; CASEMIRO, R.; BONJORNO, R. F. S. A. Física: Eletromagnetismo e Física Moderna.São Paulo: FTD, 2016.
BRASIL. Lei n. 9.394, 1996.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura - Secretaria de Educação Básica. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, 2000.
BRASIL, Ministério da Educação e Cultura - Secretaria de Educação Básica. Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, 2002.
BUTCHART, S.; HANDFIELD, T.; RESTALL, G. Using Peer Instruction to Teach Philosophy, Logic, and Critical Thinking. TeachingPhilosophy, v. 32, n. 1, p. 1–40, 2009.
BISCUOLA, G. J.; BÔAS, N. V.; DOCA, R. H. Física: Manual do Professor. 1o Ed. São Paulo, Saraiva, 2010, v. 3.
CAVALCANTI, C. J. H.; OSTERMANN, F. Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio: Elaboração de Material didático, em forma de pôster, sobre partículas elementares e interações fundamentais. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 16, n. 3: p. 267-286, 1999.
COLOMBO, A. A.; BERBEL, N. A. N. A Metodologia da Problematização com o Arco de Maguerez e sua relação com os saberes de professores. Semina: Ciências Sociais e Humanas. v. 28, n. 2, p. 121-146, 2007.
CÓRDOVA, R. S. et al. Simulación computacional de experiencias de física moderna. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 9, n. 2, p. 147–151, 1992.
DA LUZ, A. M. R.; ÁLVAREZ, B. A. Curso de Física. 1? Ed. São Paulo, Scipione, 2011, v. 3.
DELAMUTA, B.H. et.al. Mapas conceituais e perspectivas formativas de professores de química.Revista Valore, Volta Redonda, v.3 (Edição Especial): p. 415-428, 2018.
DOMINGUINI, L. Física Moderna no Ensino Médio: com a palavra os autores dos livros didáticos do PNLEM. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 2, 2002.
EINSTEIN, A., INFELD, L. A evolução da física. De Newton até a teoria dos quanta. Coleção vida e cultura, livros do Brasil Lisboa, 245 p., 2008.
FERREIRA, E. D.; MOREIRA, F. K. Metodologias Ativas de Aprendizagem no Ensino Médio: Relatos de Experiências no Uso do Peer Instruction. In:XVII Colóquio Internacional de Gestão Universitária, Anais.Mar del Plata, 2017.
FIASCA, A. B. A. Aplicando Metodologias Ativas e Explorando Tecnologias Móveis em Aulas de Relatividade Restrita no Ensino Médio, 2018. 173 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Física) – Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Macaé-RJ, 2018.
FREIRE Jr, O. Novo Tempo, Novo Espaço, Novo Espaço- Tempo: Breve história da relatividade. In: ROCHA, J.F (org). Origens e Evolução das ideias da Física. Salvador, BA EDUFBA, 2011. cap. 4, p.284-297.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 25ª ed. Paz e Terra, 1996.92p. Disponível em:<https://groups.google.com/forum/#!topic/computacao-iftm4/46Y11xCQZrw>. Acesso em 22/05/2020.
FREIRE, P. Pedagogia do oprimido. 49ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 2010.
HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; WALKER, J. Fundamentos de Física: Óptica e Física Moderna. 8. ed. Rio de Janeiro, LTC, 2009, v. 4.
HYGINO, C.B; MARCELINO; V.S; LINHARES, M.P. Formação Inicial de Professores de Física: Planejamento de Aulas Inovadoras.Rencima, v. 6, n. 2, p. 1-19, 2015
JARDIM, W. T.; GUERRA, A.; CHRISPINO, A. Revisão de bibliografia: Física Moderna e sua relevância no Ensino Médio. In: Simpósio Nacional de Ensino de Física, 18, 2011, Manaus. Atas, 2011.
JUNIOR, F.R; FERRARO, N.R; SOARES, P.A. Os fundamentos da física, v.3, 9ª ed., 2007,520 p.
KANTOR, C. A.; JÚNIOR, L. A. P.; MENEZES, L. C.; BONETTI, M. C.; ALVES, V. M. Coleção Quanta Física: Manual do Professor 3o ano. São Paulo, PD, 2010.
LAGE, M. J.; PLATT, G. J.; TREGLIA, M. Inverting the classroom: A gateway to creating an inclusive learning environment. The Journal of Economic Education, v. 31, p. 30-43, 2000.
LOCH, J. Física Moderna e Contemporânea no planejamento de professores de Física De Escolas Públicas do Estado do Paraná. Curitiba, 2011. 119 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Paraná.
LUCKESI, C. Avaliação da Aprendizagem Escolar: Estudos e Proposições. São Paulo, Cortez, 2011. Disponível em <https://books.google.com/>. Acesso em 24/05/2020.
MARCELINO, V. S.; LINHARES, M. P.; OLIVEIRA, F. J. L. O ensino de química praticado em escolas estaduais de um município do estado do Rio de Janeiro/Brasil pela ótica de seus professores. In: IX Congresso Internacional sobre Investigación en Didáctica de las Ciencias. Anais... Girona, 2013
MARTINS, L. Do wiggismo ao priggismo. Boletim de História e Filosofia da Biologia 4 ( 4): 2-4, dez 2010. Versão on-line disponível em:<http://www.abfhib.org/Boletim/Boletim-HFB-04-n4-Dez-2010.htm>, Acesso em 04/06/2020.
MAYR, E. When is historiography whiggish? Journal of the History of Ideas, v.51, n.2, p. 301- 309, 1990.
MAZUR, E. Peer Instruction: a revolução da aprendizagem ativa. Porto Alegre: Penso, 2015.
MONTEIRO, M. M.; MARCELINO, V. S. O uso da metodologia da problematização com o Arco de Maguerez para o ensino de química. Revista de Educação, Ciências e Matemática. v. 8, n. 3, 2018.
]
MONTEIRO, M.; NARDI, R.; BASTOS FILHO, J. Física Moderna e Contemporânea no ensino médio e a formação de professores: desencontros com a ação comunicativa e a ação dialógica emancipatória. Revista Electrónica De Investigación Educación Ciencias, v.8, n.1, 2012.
MORAN, J. Mudando a educação com metodologias ativas. Disponível em: http://www2.eca.usp.br/moran/wp-content/uploads/2013/12/mudando_moran.pdf. Acesso em 10/03/2021.
MOREIRA, M. A.; Uma análise crítica do ensino. Estudos Avançados, v.32, n.94, 2018.
NATÁRIO, J. O GPS e a Teoria da Relatividade. Lisboa, 2015.
NETO, J. G. P.; DE OLIVEIRA, A. N.; SIQUEIRA, M. C. A. Ensino de Física moderna e contemporânea no Ensino Médio: o que pensam os envolvidos? ScientiaTec: Revista de Educação, Ciência e Tecnologia do IFRS, Rio Grande do Sul, v.6, n.1, 1, p: 65-89, 2019.
NEVES, J. Relatividade bem comportada: buracos negros regulares. Revista Brasileira de Ensino de F??sica, vol. 39, no 3, 2017.
NOVAK, G. M. et al. Just-in-time teaching: blending active learning with web technology. [S.l.] Prentice Hall, 1999. p. 188.
OLIVEIRA, F., VIANNA, D; GERBASS; R. Física moderna no Ensino Médio: O que dizem os professores? Revista brasileira de Ensino de Física, v. 29, n.3, p. 447 – 454, 2007.
OLIVEIRA, V.; ARAÚJO, I.; VEIT, E. Resolução de problemas abertos no ensino de física: uma revisão de literatura. Revista Brasileira de Ensino de Física, v.39, n.3, 2017.
OSTERMANN, F.; MOREIRA, M.A. Uma revisão bibliográfica sobre a área de pesquisa “física moderna e contemporânea no ensino médio. Investigações em Ensino de Ciências, v.5, n.1, 2000.
PAIS, L.C. Transposição didática. Disponível em: <https://www.recantodasletras.com.br/artigos- de-educacao/5520590>. Acesso em 27 julho. 2019.
PARANHOS, M. C. R. et al. Metodologias ativas aplicadas no ensino de Física: Uma análise Comparativa. Revista UNILUS Ensino e Pesquisa, v. 14, n, 36, p. 124, 2017.
PAULA, J.; FIGUEIREDO, N.; FERRAZ, D. P. A. Peer Instruction e Vygotsky: uma aproximação a partir de uma disciplina de astronomia no ensino superior. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. v. 37, n. 1, p. 127-145, abr. 2020.
PORLÁN, R.; RIVERO, A. El conocimento de losprofesores. Servilha: Díada, 1998.213p.
SÁ, L. P., E. QUEIROZ, S. L. Estudo de Casos no Ensino de Química. Campinas: Editora Átomo, 2009.95p.
SAMPIERI, R., COLLADO; C.; LÚCIO, M. Metodologia de Pesquisa. 5ª ed. Penso Editora, São Paulo, 2013. 624p.
SANTANA, F. B.; SANTOS, P. J. S. Espectroscopia e modelos atômicos: uma proposta para a discussão de conceitos de Física Moderna no ensino médio. Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 34, n. 2, p. 555-589, ago. 2017.
SANTI, N. S. M.; SANTARELLI, R. Desvendando a radiação Hawking. Revista Brasileira de Ensino de Física, vol. 41, no 3, p. e20180312, 2019.
SHITSURA et al. Metodologias ativas: um estudo de caso do fenômeno aprender. Educação & Linguagem. v. 20, p. 143, 2017.
SOARES, P. A. T.; FERRARO, N. G.; JUNIOR, F. R. Fundamentos da Física 3: Eletricidade, Introdução à Física Moderna e Análise Dimensional. São Paulo: Moderna, 2007.
VALADARES, E. C. Introdução aos microscópios Eletrônicos de Varredura e Tunelamento.Revista Brasileira de Ensino de Física, v. 14, n. 2, 1992.
VIDEIRA, A. A. Einstein e o Eclipse de 1919. Física na Escola, v. 6, n. 1, 2005.
VYGOTSKY, L S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Paulo José Pereira de Oliveira, Edmundo Rodrigues Junior, Tiago Destéffani Admiral
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A revista segue a política para Periódicos de Acesso Livre, oferecendo acesso livre, imediato e gratuito ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona mais democratização internacional do conhecimento. Por isso, não se aplica taxas, sejam elas para submissão, avaliação, publicação, visualização ou downloads dos artigos. Além disso, a revista segue a licença Creative Common (CC BY) permitindo qualquer divulgação do artigo, desde que sejam referenciados o artigo original. Neste sentido, os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: A) Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License (CC BY), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. B) Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional e não institucional, bem como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. C) Autores sãoo estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: repositórios online ou na sua página pessoal), bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
