A Colonialidade do Conhecimento Científico

Autores

  • Hellen Cristina Xavier da Silva Mattos Universidade Federal de São Carlos, UFSCar

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v16.n3.210-218

Palavras-chave:

Universidade, Ciência, Epistemologia, Cultura

Resumo

A universidade é um espaço formativo que trabalha por três principais frentes: ensino, pesquisa e extensão. Apesar da produção de conhecimento ser gerada por diferentes formas entre essas três dimensões, o desenvolvimento científico foi historicamente alicerçado em perspectivas e definições específicas sobre o que é ciência. Este ensaio visa apresentar os fundamentos de dois elementos característicos do conhecimento científico, o método e a racionalidade, e a sua forma de imposição cultural, especialmente na produção científica. Para isso, foram levantadas as contribuições de René Descartes e Immanuel Kant sobre a importância do método e do uso da razão para o desenvolvimento da ciência. Logo após, foram consideradas discussões de Boaventura de Souza Santos e Jean-Marc Ela sobre esse modelo de ciência e a exclusão de outras formas de saberes. Também foram incluídas as propostas de Antonio Joaquim Severino e Manuel Tavares referentes à decolonialidade nas universidades latino-americanas. Concluímos que a universidade desempenha uma função colaborativa com a colonialidade, pois impõe e difunde apenas os conhecimentos que são considerados legítimos nos padrões ocidentais. É necessário, portanto, refletir as suas ações, concepções e propostas para desempenhar a consciência crítica e incluir a diversidade epistemológica existente na sociedade.

Referências

Brasil. (1996). Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm Acesso em: julho de 2021.

Descartes, R. (1996). Discurso sobre o método. Martins Fontes.

Ela, J-M. (2015). O conceito de ciência na história das ideias. In:______. Investigação científica e crise da racionalidade. (pp. 11-50). Edições Molemba.

Fonseca, R. M. (set./out. 2018). Democracia e acesso à universidade no Brasil: um balanço da história recente (1995-2017). Educar em Revista, v. 34, n. 71, p. 299-307, Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/er/v34n71/0104-4060-er-34-71-299.pdf Acesso em: novembro de 2019.

Kant, I. (2010). Resposta à pergunta: que é esclarecimento? In: Immanuel Kant –Textos Seletos. (pp 63-71) (4ª Ed ) Ed. Vozes.

Marconi, M. de A., & Lakatos, E. M. (2013). Fundamentos de metodologia científica. Atlas.

Severino, A. J. (2013). Metodologia do trabalho científico. Cortez.

Severino, A. J., & TAVARES, M. (2020). Por um projeto insurgente e resistente de decolonialidade da universidade latino-americana. Revista Lusófona de Educação, v. 48, n.48, p. 99-116. Disponível em: https://revistas.ulusofona.pt/index.php/rleducacao/article/view/7319 Acesso em: julho de 2021.

Santos, B. S. (2007). Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia dos saberes. Novos Estudos, no. 79, p. 71-94, nov. Disponível em: https://www.scielo.br/j/nec/a/ytPjkXXYbTRxnJ7THFDBrgc/?lang=pt Acesso em: junho de 2021.

Downloads

Publicado

2023-08-27

Edição

Seção

Artigo