QUESTÕES ÉTNICO-RACIAIS NAS LICENCIATURAS EM QUÍMICA E FÍSICA DE UMA UNIVERSIDADE FEDERAL NORDESTINA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v11.n2.372-382

Resumo

Neste trabalho, buscou-se responder ao seguinte questionamento: quais as aproximações e os distanciamentos da proposta de formação docente presente nos Projetos Político-Pedagógicos (PPPs) dos Cursos de Licenciaturas em Química e Física de um campus do interior de uma universidade federal nordestina com a Educação das Relações Étnico-Raciais (Erer)? Assim, este artigo tem por objetivo analisar os PPPs dos referidos cursos e a inserção da Erer. A partir de uma abordagem qualitativa, analisou-se dados coletados por Análise Documental e Entrevistas. Pôde-se constatar que os PPPs analisados não contemplam a relação entre educação e culturas e, de forma mais específica, estes não propõem a inserção da Erer. Os resultados apontaram para a necessidade de implementação das orientações para a Erer nos referidos cursos e, de forma mais ampla, nas diversas ações institucionais, quais sejam ensino, pesquisa e extensão.

Biografias Autor

Maria Camila Lima Brito de Jesus, Universidade Federal de Sergipe

Maria Camila Lima Brito de Jesus é professora de Educação Básica, do estado de Sergipe. Possui mestrado em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade Federal de Sergipe (2017) e graduação em Licenciatura Plena em Química pela Universidade Federal de Sergipe (2014). Foi Bolsista do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no período de 2011 à 2014, em que foram desenvolvidas atividades como: sequencias didáticas, oficinas, projetos integradores, estudos sobre a construção da identidade docente e ações didáticas que abordam a diversidade e a Educação das Relações Étnico-raciais (ERER) a partir da problematização de duas realidades escolares. Na área de Popularização da Ciência faz parte da comissão organizadora do evento OCMEA, que atende alunos da Educação Básica de Sergipe, por meio de oficinas ofertadas por graduandos da Universidade Federal de Sergipe- Itabaiana/SE. Tem experiência na área das Ciências da Natureza, com ênfase em Química. Atualmente é membro do expediente da Revista de popularização da ciência - Revista Curiá: Múltiplos Saberes, que surgiu a partir das atividades da OCMEA e membro do grupo de Grupo de Estudos e Pesquisas Educação e Contemporaneidade (EDUCON), GEPIADDE e GPEMEC. É Coorientadora do Projeto "A Química do fazer sabão" do PIBIC-Júnior e Supervisora do PIBID-UFS-Itabaiana sob a coordenação da Prof.ª Dr.ª Edinéia Tavares Lopes.

Edinéia Tavares Lopes, Universidade Federal de Sergipe

Possui graduação em Licenciatura em Química, Mestrado, Doutorado e Pós- Doutorado em Educação. Atualmente é professora Adjunta IV da Universidade Federal de Sergipe. Atuando principalmente nos seguintes temas: formação de professores, Educação Escolar Indígena, Educação Quilombola, Educação do Campo, Interculturalidade, Relações entre Ciências e demais dimensões da cultura e ensino de Ciências Naturais no Ensino Fundamental e de Química no Ensino Médio. Participa do PIBID desde 2009, como coordenadora de Área do Projeto PIBID/QUÍMICA-ITA e foi Coordenadora de Gestão. Foi coordenadora de Área do Programa de Consolidação das Licenciaturas PRODOCÊNCIA/UFS-CAPES - Edital 2009 e Coordenadora Geral do PRODOCENCIA/UFS-CAPES - Edital 2013. Professora e orientadora no Programa de Pòs-Graduação em Educação (PPGED-UFS), que oferta os cursos de Mestrado e Doutorado em Educação, e no PPGECIMA (UFS), que oferta o Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática. É membro do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas da UFS (NEABI-UFS). Na área de Popularização da Ciência coordena, entre outros, o Projeto Relações que realiza, desde 2006, o evento OCMEA, que atendeu, por meio das oficinas ofertadas, em torno de 11.500 alunos da Educação Básica de Sergipe e Sertão Bahiano.

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Publicado

2018-08-01

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