ESPECIFICIDADES E DEMANDAS DO ENSINO DA LÍNGUA ESPANHOLA EM UM INSTITUTO FEDERAL: POLÍTICAS LINGUÍSTICO-EDUCATIVAS EM CURSOS TÉCNICOS DE NÍVEL MÉDIO

Autores

  • Glenda Heller Cáceres Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS - Câmpus Bento Gonçalves)
  • Natalia Labella-Sánchez Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v11.n3.492-505

Resumo

O fortalecimento do ensino técnico no Brasil, com a criação dos Institutos Federais (Lei 11.892/2008), trouxe uma nova realidade para os professores de espanhol: o desafio de trabalhar em um contexto educacional cuja proposta é baseada na verticalização do ensino. Nessa realidade, um docente pode atuar em distintos níveis educativos (do Ensino Médio à Pós-graduação) dentro de uma única instituição. Este trabalho objetiva apontar as políticas linguístico-educativas adotadas no contexto de ensino de espanhol em cursos técnicos de nível médio, nas modalidades integrada, concomitante e subsequente, de dois campi de um Instituto Federal do sul do Brasil, bem como apresentar reflexões a respeito de algumas especificidades desse nível de ensino e das demandas por ele geradas. A perspectiva metodológica adotada é qualitativo-descritiva, já que a pesquisa consiste na descrição de aspectos de um ambiente social (o institucional, escolar) com o qual o pesquisador está nitidamente imbricado. Baseamos nossas análises em referenciais teóricos sobre Políticas Linguísticas, especialmente as educativas (KAPLAN; BALDAUF, 1997; MENKEN; GARCÍA, 2010). O estudo mostra as particularidades que devem ser consideradas nas decisões referentes ao planejamento de curso, definições metodológicas e consequente elaboração de material didático, além de prover indicações sobre como lidar com esse contexto singular.

Biografias Autor

Glenda Heller Cáceres, Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS - Câmpus Bento Gonçalves)

Doutora em Linguística Aplicada (2017) pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). É mestre em Estudos da Linguagem - Linguística Aplicada (2012) pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Possui graduação em Letras - Habilitação Espanhol e Literaturas (2006), pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e aperfeiçoamento em Ensino de Espanhol como Língua Segunda e Estrangeira (2008), pela Universidad de Buenos Aires (UBA). Atualmente trabalha, com Dedicação Exclusiva, como professora de Língua Espanhola no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS). É líder do Grupo de Pesquisa (CNPq) Línguas, sociedades e contextos educacionais. Suas áreas de interesse são: políticas linguísticas; educação linguística; ensino e aprendizagem de línguas adicionais; mobilidade estudantil e regionalização.

Natalia Labella-Sánchez, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Letras pela Universidade Estadual de Londrina (2002), mestrado em Estudos da Linguagem pela Universidade Estadual de Londrina (2007) e doutorado em Linguística Aplicada pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2016). Atuou em diferentes contextos educacionais: ensino básico (ensino fundamental e médio regular, educação para jovens e adultos); no ensino superior e no ensino técnico. Atualmente trabalha com ensino língua espanhola, didática e formação de professores na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Tem experiência na área de Letras, com ênfase nos seguintes temas: ensino de língua espanhola, gêneros de texto, capacidades de linguagem, produção de material didático, sequências didáticas e ensino de línguas para fins específicos.

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Publicado

2018-11-01

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