Estratégias para consolidação de cursos de engenharia de produção no contexto da interiorização do ensino superior
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v18.n3.731-746Palavras-chave:
Avaliação da educação superior, Educação em engenharia, Interiorização, Educação SuperiorResumo
Esta pesquisa propõe estratégias para a consolidação de cursos de Engenharia de Produção (EP), a partir do estudo de cinco cursos bem estabelecidos. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados por meio da técnica de análise de conteúdo. Os cursos de EP atenderam a critérios específicos, incluindo: ofertados por instituições públicas, possuírem conceitos 4 ou 5 no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes e estarem localizados em cidades do interior do Nordeste brasileiro. Os entrevistados foram coordenadores ou professores com mais experiência no curso. Os resultados sinalizaram desafios significativos na consolidação desses cursos, tais como: escassez de materiais didáticos adequados, problemas na infraestrutura dos laboratórios, dificuldades de aprendizagem dos alunos, sobrecarga dos docentes e altas taxas de evasão. Para enfrentar esses obstáculos foram adotadas estratégias como o desenvolvimento de laboratórios multidisciplinares, a intensificação de monitorias/tutorias, a implementação de projetos e atividades extracurriculares, criação de empresas juniores, aprimoramento da qualificação dos docentes, adoção de metodologias de ensino-aprendizagem inovadoras, disponibilização de assistência estudantil e a criação de restaurante universitário. As conclusões têm relevância para orientar políticas educacionais voltadas para interiorização da educação superior.
Referências
Andrade, A. M. J. de, & Teixeira, M. A. P. (2017). Áreas da política de assistência estudantil: Relação com desempenho acadêmico, permanência e desenvolvimento psicossocial de universitários. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior (Campinas), 22, 512-528. https://doi.org/10.1590/S1414-40772017000200014 DOI: https://doi.org/10.1590/s1414-40772017000200014
Bardin, L. (2018). Análise de conteúdo. Edições 70.
Bertolin, J. C. G. (2009). Qualidade em educação superior: Da diversidade de concepções a inexorável subjetividade conceitual. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, 14(1), 127-149. https://doi.org/10.1590/s1414-40772009000100007 DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-40772009000100007
Brasil. (2004). Lei nº 10.861, de 14 de abril de 2004. Institui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) e dá outras providências. Diário Oficial da União, Seção 1, p. 3.
Brasil. (2021). Portaria nº 165, de 20 de abril de 2021. Institui a avaliação externa virtual in loco no Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes). Diário Oficial da União, Seção 1, p. 181.
Brasil. Ministério da Educação. (2007). Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidades Federais - REUNI. https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6096.htm
Brayner, E. B. A., et al. (2018). O empreendedorismo júnior como ferramenta de capacitação profissional e impacto na coletividade: Uma análise da experiência da Advocatta. Revista dos Estudantes de Direito da Universidade de Brasília, 14(1), 234-249. https://periodicos.unb.br/index.php/redunb/article/view/16572
Carvalho, D. B., & Sousa, E. S. (2013). Agenda Ambiental da Administração Pública (A3P) e Licitações Sustentáveis: Um estudo no restaurante Universitário da Universidade Federal do Piauí. In Anais do 8º Colóquio de Gestión Universitaria en Américas (pp. 1-15). UFSC.
Corrêa, R. L., & Nascimento, D. E. (2018). Política de interiorização do ensino superior: Taxa de sucesso na graduação na Universidade Federal do Paraná. Revista Gestão Universitária na América Latina - GUAL, 11(3), 41-62. https://doi.org/10.5007/1983-4535.2018v11n3p41 DOI: https://doi.org/10.5007/1983-4535.2018v11n3p41
Ganam, E. A. S., & Pinezi, A. K. M. (2021). Desafios da permanência estudantil universitária: Um estudo sobre a trajetória de estudantes atendidos por programas de assistência estudantil. Educação Em Revista, 37, e228757. https://doi.org/10.1590/0102-4698228757 DOI: https://doi.org/10.1590/0102-4698228757
Gilioli, R. S. P. (2018). Instituições de ensino superior e interfaces com o desenvolvimento regional. In V. Lippi & R. Gilioli (Eds.), Instituições de ensino superior e desenvolvimento regional: Potencialidades e desafios (pp. 75-100). Edições Câmara.
Gomes, M. S., et al. (2014). A inovação como conexão para o desenvolvimento de parcerias entre universidade-empresa. Navus - Revista de Gestão e Tecnologia, 4(2), 78-91. https://navus.sc.senac.br/navus/article/view/195 DOI: https://doi.org/10.22279/navus.2014.v4n2.p78-91.195
Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). (2019b). Microdados do Enade. https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/microdados/enade
Lago, R. R., Cunha, B. S., & Borges, M. F. S. (2015). Percepção do trabalho docente em uma universidade da região norte do Brasil. Trabalho, Educação e Saúde, 13(2). https://doi.org/10.1590/1981-7746-sip00049 DOI: https://doi.org/10.1590/1981-7746-sip00049
Lima, P. G., & Oliveira-Melo, F. G. (2019). Avaliação da qualidade do curso de engenharia de produção da UFAL/Campus do Sertão na percepção dos estudantes. Iberoamerican Journal of Industrial Engineering, 11(21), 157-181. https://incubadora.periodicos.ufsc.br/index.php/IJIE/article/view/v11n2108/pdf
Machado, I., & Aragão, J. E. D. O. S. (2024). Políticas de permanência estudantil no ensino superior: Como atuam as universidades estaduais de São Paulo. Observatório de la Economía Latinoamericana, 22(12), e8240. https://doi.org/10.55905/oelv22n12-140 DOI: https://doi.org/10.55905/oelv22n12-140
Mangas, T. P., & Freitas, L. D. (2020). Visita técnica como metodologia de ensino-aprendizagem: Um estudo de caso no Instituto Federal do Pará - Campus Breves. Research, Society and Development, 9(9), e421997229. https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7229 DOI: https://doi.org/10.33448/rsd-v9i9.7229
Marques, C. S., Pereira, B. A. D., & Alves, J. N. (2010). Identificação dos principais fatores relacionados à infraestrutura universitária: Uma análise em uma IES pública. Revista Sociais e Humanas, 23(1), 91-103. https://periodicos.ufsm.br/sociaisehumanas/article/view/2100
Melo, F. G. (2017). Avaliação da qualidade do ensino de Engenharia de Produção no Brasil a partir dos indicadores do SINAES (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal da Bahia. https://repositorio.ufba.br/handle/ri/25328
Menezes, M. N., & Araújo, R. P. (2012). A importância da visita técnica como recurso didático metodológico: Um relato na prática do IF Sertão Pernambucano. In Anais do 7º Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (pp. 1-10). IFTO.
Milan, G. S., De Toni, D., & Maioli, F. C. (2013). Atributos e dimensões relacionadas aos serviços prestados por uma instituição de ensino superior e a satisfação de alunos. Gestão e Planejamento, 13(2), 199-214. https://revistas.unifacs.br/index.php/rgb/article/view/1579/2075
Oliveira-Melo, F. G. (2021). Ensino de matemática básica para a educação superior: Relato das experiências do curso de nivelamento na modalidade remota. In Anais do 26º Encontro de Coordenadores de Cursos de Engenharia de Produção (pp. 117-128). Associação Brasileira de Engenharia de Produção. https://doi.org/10.14488/encep.9786588212011.117-128 DOI: https://doi.org/10.14488/encep.9786588212011.117-128
Oliveira-Melo, F. G., Araújo, I. da S., Araujo, L., Barros, M., & Netto, A. O. (2017). Avaliação do curso de engenharia de produção da UFAL/Campus do Sertão a partir da percepção dos estudantes. In Anais do XXXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção (ENEGEP). Joinville, SC, Brasil. DOI: https://doi.org/10.22533/at.ed.02518091217
Oliveira-Melo, F. G., Oliveira Sant’Anna, A. M., & Quintilhano Tondato, S. R. (2024). Percepção dos estudantes sobre a inclusão de atividades de extensão em disciplinas do curso de engenharia de produção da UNIVASF/Campus Salgueiro. In Proceedings of the LII Brazilian Congress of Engineering Education. Vitória, ES, Brasil. DOI: https://doi.org/10.37702/2175-957X.COBENGE.2024.5269
Oliveira-Melo, F. G., Rocha, L. O., Barbosa, A. S., & Sant’Anna, A. M. O. (2025). Experiências no processo de reconhecimento do curso de engenharia de produção da UNIVASF/Campus Salgueiro. In Relatos de experiências em engenharia de produção (25ª ed., Vol. 22). Associação Brasileira de Engenharia de Produção.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). (2018). Repensando a garantia de qualidade para o ensino superior no Brasil (OECD Publishing). https://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/ocde/Repensando_a_Garantia_de_Qualidade_para_o_Ensino_Superior_no_Brasil_PT.pdf
Ribeiro, M. A. (2005). O projeto profissional familiar como determinante da evasão universitária: Um estudo preliminar. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 6(1), 1-12. https://pepsic.bvsalud.org/pdf/rbop/v6n2/v6n2a06.pdf
Rodrigues, G. C., et al. (2014). Avaliação do desempenho do curso de nivelamento em Matemática na Universidade Federal do Pampa. In Anais do 20º Encontro Regional de Estudantes de Matemática da Região Sul (pp. 1-12). Universidade Federal do Pampa.
Santos, A. M. dos, et al. (2021). Relatos de Experiência em Engenharia de Produção 2021 (1ª ed.). Associação Brasileira de Engenharia de Produção. https://portal.abepro.org.br/abepro2021/wp-content/uploads/2021/06/Livro-Relatos-Experi%C3%AAncias-2021-rev1.pdf
Schrippe, P., et al. (2016). Mapping of the undergraduate and graduate curriculum in Industrial Engineering in Brazil. International Journal of Engineering Education, 32(3), 1250-1259.
Sturm, C. H., Schrippe, P., Medeiros, F. S. B., Koschek, J. F., & Weise, A. D. (2015). Mapeamento e análise de desempenho da graduação e da pós-graduação em Engenharia de Produção no Brasil. Gestão & Produção, 22(1), 149-163. https://doi.org/10.1590/0104-530x956-13 DOI: https://doi.org/10.1590/0104-530X956-13
Turchiello, G. P., Lettnin, V. B., Bartz, C. R. F., & Goularte, J. L. L. (2025). Contribuições dos estágios extracurriculares na formação acadêmica e profissional. Revista Delos, 18(67), e5046. https://doi.org/10.55905/rdelosv18.n67-056 DOI: https://doi.org/10.55905/rdelosv18.n67-056
Valadão Júnior, V. M., Almeida, R. C., & Medeiros, C. R. O. (2014). Empresa Júnior: Espaço para construção de competências. Administração: Ensino e Pesquisa, 15(4), 665-695. https://doi.org/10.13058/raep.2014.v15n4.1 DOI: https://doi.org/10.13058/raep.2014.v15n4.1
Verçosa, M. L. da S. (2024). Um estudo da importância das empresas juniores na formação profissional dos estudantes de Química no Brasil (Trabalho de conclusão de curso, Bacharelado em Química Tecnológica e Industrial) — Instituto de Química e Biotecnologia, Universidade Federal de Alagoas, Maceió. http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/15491
Weise, A. D., & Trierweiller, A. C. (2010). Comparação do ensino de engenharia de produção no Brasil e na Alemanha. Revista de Ensino de Engenharia, 29(1), 29-39. https://doi.org/10.15552/2236-0158/abenge.v29n1p29-39 DOI: https://doi.org/10.15552/2236-0158/abenge.v29n1p29-39
Wrasse, C. L., Pasa, C. C. M. U., & Pissidônio, R. (2014). Matriz curricular do curso de engenharia de produção e sua influência no desempenho do ENADE 2011. In Anais do 14º Colóquio Internacional de Gestão Universitária. Santa Catarina, Brasil. https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/131850
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Lucas Rosendo dos Santos Farias, Nathalia Vanely De Sa Lavor, Felipe Guilherme de Oliveira Melo
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License. A revista segue a política para Periódicos de Acesso Livre, oferecendo acesso livre, imediato e gratuito ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona mais democratização internacional do conhecimento. Por isso, não se aplica taxas, sejam elas para submissão, avaliação, publicação, visualização ou downloads dos artigos. Além disso, a revista segue a licença Creative Common (CC BY) permitindo qualquer divulgação do artigo, desde que sejam referenciados o artigo original. Neste sentido, os autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos: A) Os autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution License (CC BY), permitindo o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista. B) Autores têm autorização para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional e não institucional, bem como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista. C) Autores sãoo estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: repositórios online ou na sua página pessoal), bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.
