Evolução e Reinvenção da Criação Literária na Era Digital

Autores

  • Latifa Chahbi Laboratoire de recherche en Sciences de l’Information, de la Communication et du Discours ENS-Tétouan, Abdelmalek Essaadi University, Maroc
  • Jaouad Boumaajoune FLSH Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc
  • Ouafaa Ziati Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc https://orcid.org/0009-0006-7156-7786

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v18.nse1.62-73

Palavras-chave:

Literatura digital, Hipertexto, Texto digital, Leitura no ecrã

Resumo

Vários séculos após a invenção da imprensa, a escrita vive, há mais de duas décadas, uma nova revolução: a da internet. Alguns se oporiam imediatamente à comparação, argumentando que um livro só tem valor como objeto manufaturado, em formato in-folio, como se costuma dizer. Outros defendem que a internet e a imprensa têm em comum seu imenso potencial de difusão, permitindo a ambas alcançar um público consideravelmente maior, graças a uma acessibilidade muito maior do livro. No entanto, a revolução digital não se limita à simples informatização. Ela transforma também nossa relação com a escrita, tornando o uso do digital quase indispensável hoje em dia. Há pelo menos uma década, autores e artistas de vanguarda criam romances animados, poemas visuais, obras interativas, criações coletivas, textos multimídia e hipertexto. Assim, novas formas de texto surgiram graças às novas tecnologias. Os textos não são mais fixos no tempo e no espaço. Já é possível enriquecer constantemente um texto com hiperlinks, animações Flash, áreas interativas, imagens, vídeos e sons. A escrita na web, que atualmente ganha grande impulso, ainda é pouco estudada sob uma perspectiva verdadeiramente literária. Este artigo propõe questionar as mutações ligadas a essas novas práticas, do ponto de vista da relação com a literatura e dos processos de criação literária, observando não apenas o lugar e os desafios do digital nas práticas criativas, mas também as novas relações que se estabelecem entre escritores e leitores e, finalmente, as relações dos próprios escritores com o digital. Além disso, o uso da informática nos estudos literários ainda está longe de ser reconhecido, com a consequência de ser difícil não lamentar a esse respeito, em meio à abundância de publicações críticas tradicionais, a raridade, por não dizer a escassez, de reflexões teóricas e práticas. A fim de estudar os prós e contras dessas novas formas de criação literária em comparação com os séculos passados, tentaremos responder a algumas perguntas levantadas pela relação entre literatura e digital. A primeira pergunta deve se concentrar na desmaterialização do texto e em seu caráter agora virtual. Pode haver literatura escrita sem um suporte material fixo, sem livro, sem páginas e sem papel? Como situar na longa história do livro, da leitura e das relações com a escrita, a revolução anunciada, na verdade já iniciada, que passa do livro (ou objeto escrito) como o conhecemos, com seus cadernos, folhas, páginas, para o texto eletrônico e a leitura na tela? O que é o texto na literatura digital? E o leitor digital? Qual é o seu lugar? Em que ele difere do leitor de obras literárias consideradas agora "tradicionais" ou "clássicas"? Para responder a esses questionamentos, escolhemos "Ecran Total" de Alain Salvatore. Uma obra de literatura digital, ou seja, cuja especificidade reside nas potencialidades da informática e da rede. Uma literatura da rede que não tem lugar no papel.

Biografia do Autor

  • Latifa Chahbi , Laboratoire de recherche en Sciences de l’Information, de la Communication et du Discours ENS-Tétouan, Abdelmalek Essaadi University, Maroc

    Laboratoire de recherche en Sciences de l’Information, de la Communication et du Discours ENS-Tétouan, Abdelmalek Essaadi University, Maroc

  • Jaouad Boumaajoune, FLSH Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc

    FLSH Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc

  • Ouafaa Ziati, Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc

    Université Abdelmalek Essaadi, Tétouan, Maroc

Referências

Alain Salvatore, Ecran Total, http://alain.salvatore.free.fr/

Aarseth, E. (1997). Cybertext, Perspective on Ergodic Literature. Baltimore: John Hopkins University Press. DOI: https://doi.org/10.56021/9780801855788

Angé, C. (2007). "Le fragment comme forme texte : à propos de Fragments d'un discours amoureux," in Communication & Langages, No. 152, Paris, 23-34. DOI: https://doi.org/10.3406/colan.2007.4653

Archambault, M. (2009). "Culture littéraire et culture informationnelle," in Les Cahiers du numérique, No. 3/2009, Paris: Lavoisier, 115-130. DOI: https://doi.org/10.3166/lcn.5.3.115-130

Archibald, S. (2009). Le texte et la technique : la lecture à l'heure des médias numériques. Montréal: Le Quartanier.

Aristote (1980). La Poétique, trans. R. Dupont-Roc and J. Lallot. Paris: Seuil.

Balpe, J.-P., Lelu, A., Saleh, I. (1996). Techniques avancées pour l’hypertexte. Paris: Hermès.

Balpe, J.-P. (1997). "Une écriture si technique," http://hypermedia.univ-paris8.fr/Jean-Pierre/articles/Ecriture.html

Balpe, J.-P. (2006). "Règles, contraintes, programmes," Formules, No. 10, June 2006. Paris: NOESIS - Agnès Vienot éditeur.

Balpe, J.-P. & Baboni-Schilingi, J. (1997). "Génération automatique poésie-musique," in Balpe, J.-P. (Ed.), Rencontres-médias 1 (1996-1997). Paris: BPI Centre Pompidou.

Barthes, R. (1973). Le Plaisir du texte. Paris: Seuil.

Bon, François. "Le Tiers Livre : mémoire vive contre mémoire vide." www.tierslivre.net, April 21, 2011. [http:/ /www.tierslivre.net/spip/spip.php?article2517](http:/ /www.tierslivre.net/spip/spip.php?article2517).

Bootz, P. (2001). Formalisation d’un modèle fonctionnel de communication à l’aide des technologies numériques appliqué à la création poétique. PhD thesis, University of Paris 8, December 2001.

Bootz, P. (2006). Les Basiques: La littérature numérique, Leonardo Olats (Les Basiques collection), http://www.olats.org/livresetudes/basiques/litteraturenumerique/basiquesLN.php

Bootz, P. (2010). "Editorial," in Bootz, P. & Baldwin, S. (Eds.), Regards croisés. Perspectives on Digital Literature. Morgantown: West Virginia University Press, 15-19.

Bouchardon, S. (2002). "Hypertexte et art de l’ellipse," in Les Cahiers du numérique, La navigation, vol. 3, No. 3. Paris: Hermès, 65-86.

Bouchardon, S. & Ghitalla, F. (2003). "Récit interactif, sens et réflexivité," in Hypertextes hypermédias: créer du sens à l’ère numérique, H2PTM'03. Paris: Hermès, 35-46.

Bouchardon, S. (2005a). "Récits interactifs: expériences littéraires aux frontières," in Leleu-Merviel, Sylvie (Ed.), Création numérique. Paris: Hermès, 23-54.

Bouchardon, S. (2005b). Le récit littéraire interactif. Narrativité et interactivité. PhD thesis, University of Technology of Compiègne, December 2005.

Bouchardon, S. (2006). "Les récits littéraires interactifs," Formules, No. 10, June 2006. Paris: NOESIS - Agnès Vienot éditeur, 79-93.

Bouchardon, S. (2007). "L’écriture interactive : une rhétorique de la manipulation," in Actes du colloque international H2PTM’07, October 29-31, 2007, Hammamet (Tunisia). Paris: Hermès, 155-170.

Balpe, J.-P. (1997). « Technologies numériques et construction du savoir »,sur http:/hypermedia.univ-paris8.fr/Jean-Pierre/articles/Technonum.html

Bouchardon, S. (2012). « Du récit hypertextuel au récit interactif » Revue de la Bibliothèque Nationale de France, 13-20. DOI: https://doi.org/10.3917/rbnf.042.0013

Bouchardon, S. (2011b). « Littérature numérique : une littérature communicante ? », Médiation Et Information n° 33 (MEI). Paris : L’Harmattan, 141-152.

Bouchardon, S. (2008a). « Le récit littéraire interactif : une valeur heuristique » Communication & Langages n°155, Paris, 81-97. DOI: https://doi.org/10.4074/S0336150008001063

Clément, J. (2007). Préface. Une littérature problématique. Dans S. Bouchardon (dir.), Un laboratoire de littératures : littérature numérique et Internet (p. 11-20). Bibliothèque publique d’information. DOI: https://doi.org/10.4000/books.bibpompidou.227

Genette, G. (1982). Palimpsestes. Paris : Seuil.

Vandendorpe, C. « Du Papyrus à l'hypertexte, essai sur les mutations du texte et de la

lecture » .Editions La Découverte, p.115

Downloads

Publicado

14-01-2025

Edição

Seção

Mobilizando a Ciência da Comunicação em Favor do Planeta

Como Citar

Chahbi , L., Boumaajoune, J., & Ziati, O. (2025). Evolução e Reinvenção da Criação Literária na Era Digital. Cadernos De Educação, Tecnologia E Sociedade, 18(se1), 62-73. https://doi.org/10.14571/brajets.v18.nse1.62-73