Português (Brasil)

Português (Brasil)

Autores

  • Português (Brasil) Programa de Pós Graduação Ensino em Ciência da Saúde, Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde, Universidade Federal de São Paulo https://orcid.org/0000-0003-2913-3096
  • Português (Brasil) Português (Brasil)

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v18.n2.372-389

Palavras-chave:

Educação Permanente em Saúde, Núcleo de Prevenção à Violência, Violência Autoprovocada, CAPS Álcool e Drogas

Resumo

Este estudo propõe uma análise da implementação da Educação Permanente em Saúde (EPS) pelo Núcleo de Prevenção à Violência (NPV) no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas II Mooca, com o objetivo de qualificar os processos de cuidado direcionados aos usuários com risco e/ou histórico de violência autoprovocada. A EPS, concebida como uma ferramenta para redefinir a formação profissional no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), destaca-se por sua ênfase na aprendizagem baseada na prática e no reconhecimento dos serviços de saúde como ambientes privilegiados para o desenvolvimento contínuo dos profissionais. Nessa perspectiva, a pedagogia da problematização e a reflexão crítica emergem como pilares fundamentais. Para alcançar esse objetivo, o estudo emprega uma abordagem metodológica que combina entrevistas semiestruturadas com os profissionais e análise documental das atas das reuniões do NPV, utilizando a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados obtidos destacam as ações de EPS implementadas, que incluem discussões de casos, elaboração de fluxograma de atendimento, apoio na elaboração de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) e debates sobre a temática da violência autoprovocada. Além disso, identificam-se demandas importantes apresentadas pela equipe, como o manejo de crises, o perfil da população atendida, a elevada carga de trabalho e lacunas de conhecimento sobre violência autoprovocada. O estudo enfatiza a integração efetiva da EPS na rotina do serviço de saúde, reconhecendo-a como uma ferramenta essencial para aprimorar o cuidado oferecido aos usuários. As ações do NPV são orientadas pelos desafios específicos enfrentados pela equipe, levando em conta as características do serviço de saúde e da população atendida. Por fim, o estudo ressalta o potencial da EPS para promover a construção de conhecimentos e transformar práticas, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de investimento institucional para superar abordagens formativas baseadas na lógica da Educação Continuada.

Biografias Autor

Português (Brasil), Programa de Pós Graduação Ensino em Ciência da Saúde, Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde, Universidade Federal de São Paulo

Pós-graduanda no Mestrado Profissional Ensino em Ciências da Saúde na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Especialista em Saúde Mental pelo Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Mental com Ênfase em Dependência Química da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Graduada em Terapia Ocupacional pela Universidade de São Paulo (USP). Terapeuta ocupacional no CAPS Álcool e Drogas II Mooca. Principais áreas de pesquisa: saúde pública, saúde mental, reabilitação psicossocial, consumo de substâncias psicoativas, redução de danos e educação permanente em saúde

Português (Brasil), Português (Brasil)

Assistente Social com Licenciatura em Trabajo Social pela Universidad San Martin de Porres (1987), mestre em Serviço Social/Movimentos Sociais (1992), doutora em Serviço Social/Formação profissional e Políticas Sociais (1996) e Pós-Doutora em Políticas Públicas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2000/2003) e (2014/2015). Visiting Professor at the School of Social Sciences, Liverpool Hope University / Inglaterra (2023). Experiência na docência do ensino superior com ênfase em Políticas Públicas Sociais e na gestão educacional a nível de pós-graduação. Assessora Científica da Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP, da Revista de Políticas Públicas - RPP/UFMA, da Revista Serviço Social Sociedade, da Revista Brasileira de Educação Médica - RBEM, da Revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação, Editora-Chefe da Revista Interfaces: Famílias e Políticas Públicas, Pesquisadora APQ e Líder de Pesquisa no Diretório de Pesquisadores do CNPq, do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão sobre Famílias e Políticas Públicas - NEF, Grupo de Estudos de Reduçao de Riscos de Desastres Socioambientas - RRDS, Coordena o Programa de Extensão Universidade e Participação Social. Professora orientadora no Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ensino das Ciências da Saúde, Docente da Disciplina Formação Didática Pedagógica em Saúde - FDPS no Centro de Desenvolvimento do Ensino Superior em Saúde - CEDESS da Universidade Federal de São Paulo. Membro da Red Iberoamericana de Investigación en Trabajo Social e da Rede Brasileira de Mulheres Cientistas - RBMC, pesquisa principalmente temas de pobreza, sistemas de informação, gestão social, metodologias de trabalho social com famílias e avaliação de políticas e programas.

Referências

American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 (5ª ed.). Artmed.

Bardin, L. (2016). Análise de conteúdo (1ª ed.). Edições 70.

Brasil. Ministério da Saúde. (1990). Lei Nº 8.080, de 19 de setembro de 1990. Brasília, DF. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8080.htm

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Coordenação Nacional de DST e AIDS. (2003). A política do Ministério da Saúde para a atenção integral a usuários de álcool e drogas (Série B. Textos Básicos em Saúde). Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_atencao_alcool_drogas.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. (2004). Portaria Nº 198, de 13 de fevereiro de 2004. Brasília, DF. Disponível em: https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/1832.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. (2006a). Política Nacional de Educação Permanente em Saúde (Série B. Textos Básicos de Saúde, Série Pactos pela Saúde). Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_saude_volume9.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. (2006b). Portaria nº 1.874, de 14 de agosto de 2006. Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2006/prt1876_14_08_2006.html

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2011). Portaria nº 3.088, de 23 de dezembro de 2011. Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2011/prt3088_23_12_2011_rep.html

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2012). Portaria nº 276, de 30 de março de 2012. Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/sas/2012/prt0276_30_03_2012.html

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria-Executiva. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. (2013). Glossário temático: Gestão do trabalho e da educação na saúde (2ª ed.). Brasília, DF. Disponível: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/glossario_tematico_gestao_trabalho_educacao_saude_2ed.pdf

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2014a). Portaria nº 278, de 27 de fevereiro de 2014. Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt0278_27_02_2014.html

Brasil. Ministério da Saúde. (2014b). Portaria nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2014/prt1271_06_06_2014.html

Brasil. Prefeitura do Município de São Paulo. (2015). Portaria da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), nº 1.300, de 14 de julho de 2015. São Paulo, SP. Disponível em: http://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/portaria-secretaria-municipal-da-saude-1300-de-15-de-julho-de-2015

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde. Departamento de Gestão da Educação em Saúde. (2018). Política Nacional de Educação Permanente em Saúde: o que se tem produzido para o seu fortalecimento? (1ª ed. Rev.). Brasília, DF. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_educacao_permanente_saude_fortalecimento.pdf

Brasil. Prefeitura do Município de São Paulo. (2022). Portaria da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nº 383, de 27 de junho de 2022. São Paulo, SP. Disponível em: https://legislacao.prefeitura.sp.gov.br/leis/portaria-secretaria-municipal-da-saude-sms-383-de-27-de-junho-de-2022

Brasil. Ministério da Saúde. DATASUS. (2023). Violência interpessoal/autoprovocada. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br/cgi/tabcgi.exe?sinannet/cnv/violebr.def

Cavalcanti, F. O. L., Guizardi, F. L. (2018). Educação continuada ou permanente em saúde? Análise da produção pan-americana da saúde. Trabalho, Educação e Saúde, 16(1), 99-122. https://doi.org/10.1590/1981-7746-SOL00119

Falkenberg, M. B., Mendes, T. P. L., Moraes, E. P., Souza, E. M. (2014). Educação em saúde e educação na saúde: Conceitos e implicações para a saúde coletiva. Ciência & Saúde Coletiva, 19(3). https://doi.org/10.1590/1413-81232014193.01572013

Minayo, M. C. S. (Org.). (2007). Pesquisa social: Desafio, método e criatividade (28ª ed.). Petrópolis, RJ: Editora Vozes.

Nunes, A. S. (2022). Educação permanente em saúde: Núcleo de prevenção à violência no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas. In Anais do II Congresso Luso-Brasileiro de Atenção Integral à Saúde (Resumos Expandidos, p. 739-742). Petrolina, PE: Editora Omnis Scientia. https://doi.org/10.47094/978-65-5854-979-6

Nunes, A. S. (2024). Educação permanente em saúde: Ações desenvolvidas pelo Núcleo de Prevenção à Violência sobre a violência autoprovocada no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Dissertação de Mestrado Profissional). Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Enfermagem, São Paulo, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/11600/72858

Organização Mundial da Saúde (OMS). (1993). Classificação de transtornos mentais e de comportamento da CID-10: Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre, RS: Artmed.

Organização Mundial da Saúde (OMS). (2002). Relatório mundial sobre violência e saúde. Genebra: OMS. Disponível em: https://portaldeboaspraticas.iff.fiocruz.br/wp-content/uploads/2019/04/14142032-relatorio-mundial-sobre-violencia-e-saude.pdf

Santos, T. L. A., Penido, C. M., Neto, J. L. F. (2022). A dimensão técnico-pedagógica do apoio matricial no Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (Nasf-AB). Revista Interface (Botucatu), 26. https://doi.org/10.1590/interface.210810

Publicado

2025-06-27

Como Citar

de Souza Nunes, A., & Português, P. (Brasil). (2025). Português (Brasil): Português (Brasil). Cadernos De Educação Tecnologia E Sociedade, 18(2), 372–389. https://doi.org/10.14571/brajets.v18.n2.372-389

Edição

Secção

Article