Educação permanente em saúde: A experiência do núcleo de prevenção à violência no desenvolvimento de ações educativas sobre a temática da violência autoprovocada
Português (Brasil)
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v18.n2.372-389Palavras-chave:
Educação Permanente em Saúde, Núcleo de Prevenção à Violência, Violência Autoprovocada, CAPS Álcool e DrogasResumo
Este estudo propõe uma análise da implementação da Educação Permanente em Saúde (EPS) pelo Núcleo de Prevenção à Violência (NPV) no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Álcool e Drogas II Mooca, com o objetivo de qualificar os processos de cuidado direcionados aos usuários com risco e/ou histórico de violência autoprovocada. A EPS, concebida como uma ferramenta para redefinir a formação profissional no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), destaca-se por sua ênfase na aprendizagem baseada na prática e no reconhecimento dos serviços de saúde como ambientes privilegiados para o desenvolvimento contínuo dos profissionais. Nessa perspectiva, a pedagogia da problematização e a reflexão crítica emergem como pilares fundamentais. Para alcançar esse objetivo, o estudo emprega uma abordagem metodológica que combina entrevistas semiestruturadas com os profissionais e análise documental das atas das reuniões do NPV, utilizando a técnica de análise de conteúdo temática. Os resultados obtidos destacam as ações de EPS implementadas, que incluem discussões de casos, elaboração de fluxograma de atendimento, apoio na elaboração de Projetos Terapêuticos Singulares (PTS) e debates sobre a temática da violência autoprovocada. Além disso, identificam-se demandas importantes apresentadas pela equipe, como o manejo de crises, o perfil da população atendida, a elevada carga de trabalho e lacunas de conhecimento sobre violência autoprovocada. O estudo enfatiza a integração efetiva da EPS na rotina do serviço de saúde, reconhecendo-a como uma ferramenta essencial para aprimorar o cuidado oferecido aos usuários. As ações do NPV são orientadas pelos desafios específicos enfrentados pela equipe, levando em conta as características do serviço de saúde e da população atendida. Por fim, o estudo ressalta o potencial da EPS para promover a construção de conhecimentos e transformar práticas, ao mesmo tempo em que destaca a necessidade de investimento institucional para superar abordagens formativas baseadas na lógica da Educação Continuada.
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