Projeto da Modernidade Ocidental da Educação e Epistemologias Resistentes

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v16.n1.84-91

Palavras-chave:

Epistemologia, Educação Ocidentalizada, Descolonização do conhecimento, Discurso, Processo Educacional

Resumo

Historicamente a educação perpassa por facetas que atravessam o projeto da modernidade ocidental da educação. Em contrapartida a este processo dominador de conhecimento surgem as epistemologias resistentes. Desse modo, interessa-nos assinalar as séries de signos das epistemologias da resistência que se contrapõem ao projeto da modernidade ocidental da educação, especificamente faremos o mapeamento das fontes que se ocupam das pedagogias que permeiam a práxis das epistemologias resistentes, escavaremos as fraturas de texto que assinalam o processo dominante do projeto da modernidade ocidental da educação e por fim analisaremos/descreveremos os processos educativos que permeiam a superação do projeto da modernidade ocidental da educação em detrimento das epistemologias resistentes. Para tal, importa saber: quais são as pedagogias que atravessam as epistemologias resistentes dos movimentos sociais? Neste intuito, faremos jus à caixa de ferramenta metodológica da Análise Arqueológica do Discurso (AAD) de Foucault (2008). No conjunto das coisas ditas e escritas foi possível assinalar que os movimentos sociais são essenciais no processo da superação da educação eurocêntrica, etnocêntrica e sociocêntrica, porquanto, as epistemologias resistentes estão acionadas nas pedagogias da Educação Popular, da Pedagogia do Oprimido e da Pedagogia do Movimento. Pedagogias que descolonizam a educação ocidentalizada.

Biografia do Autor

Maria Aparecida Melo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN

Doutora em Educação pela UFPB (2020). Mestra em Educação, Culturas e Identidades pela UFRPE/FUNDAJ (2015). Pedagoga pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (2010). Especialista em: Psicopedagogia (2012); Gestão Pedagógica (2013); Educação em direitos humanos (2014), Educação do campo (2015), História e cultura dos povos indígenas (2015), Tecnologias e artes (2019). Líder do Grupo de Pesquisas: Estudos e Pesquisas da Educação em Paulo Freire (GPEPEPF/UFRN), Pesquisadora do Núcleo de Estudos Agrários e Dinâmicas Territoriais da Universidade Federal de Alagoas (NUAGRÁRIO/UFAL), Pesquisadora do Laboratório de Educação, Novas Tecnologias e Estudos Étnico-Raciais (LENTE/UFRN), e do Grupo de Estudo e Pesquisas Discursos e Imagem Visual em Educação (GEPDIVE/UFPB). Interesses em: Educação do campo, educação popular, movimentos sociais, processos educativos, interdisciplinaridade. Formação de professores. Gestão pedagógica e Políticas educacionais. Livros didáticos. EJA. Transdisciplinaridade. Estágio supervisionado. EAD. Análise Arqueológica do Discurso (AAD). Pedagogia Social.

Ricardo Almeida, Universidade Federal de Santa Maria, UFSM

Doutorando em Geografia na UFSM. Doctorando en Ciencias de la Educación na UI. Mestrado: Geografia pela UFS (2016). Especializações: Práticas Assertivas da Educação Profissional Integrada à Educação de Jovens e Adultos - com Ênfase em Didática pelo IFRN (2020), Geografia Humana e Econômica pela UNINTER (2019), Administração Pública pela UCAM (2016); Geografia e Meio Ambiente pela UCAM (2014); Educação do Campo pela UCAM (2013); Formação para a Docência do Ensino Superior (2011). Graduações: Pedagogia pela UNINTER (2018), Geografia Licenciatura pela UFAL (2014), Gestão de Pequenas e Médias Empresas pela FAA (2009). Desenvolve pesquisas relacionadas às temáticas: agronegócio, território e territorialidades, processos de ensino-aprendizagem em Geografia e Educação do/no campo. Docente da rede pública de Porto Calvo/AL e atua no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Alagoas/Universidade Aberta do Brasil. Pesquisador do: Núcleo de Estudos Agrários e Dinâmicas Territoriais (NUAGRÁRIO/UFAL) desde 2009; Grupo de Estudos e Pesquisa em Análise Regional (GEPAR/UFAL); Geoprocessamento e a Cartografia no Ensino de Geografia (GCEG/UFAL) desde 2016; Núcleo de Pesquisa e Extensão em Educação de Jovens, Adultos e Idosos e Campesinos (NUPEEJAIC/UNEAL) desde 2020; do Grupo de Pesquisa em Educação e Território (UFSM) e Grupo de Pesquisas: Estudos e Pesquisas da Educação em Paulo Freire (GPEPEPF/UFRN) desde 2021. É também associado ao Centro Paulo Freire - Estudos e Pesquisas (CPFreire).

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Publicado

2023-03-23

Edição

Seção

Artigo