Saramagueando a história das políticas educativas contemporâneas a partir da pesquisa narrativa
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n3.1196-1206Palavras-chave:
Educação Física, Pesquisa Narrativa, Políticas EducacionaisResumo
Neste artigo apresentamos a pesquisa narrativa como uma estratégia teórico- metodológica que, ao mesmo tempo, valoriza o conhecimento dos professores, e potencialmente também os fortalecem no âmbito dos desígnios das políticas educativas em formulação no Brasil ao longo dos últimos anos, em especial a Base Nacional comum curricular (BNCC) e o chamando “Novo” Ensino Médio. Como contraponto a estas subjetivações verticalizadas, elaboramos, metaforicamente, um conjunto de outras narrativas, orientadas pelos preceitos teórico-metodológicos da História Oral, reunidos na chamada História do não. A conceção destas narrativas foi livremente inspirada na atitude do revisor de livros Raimundo Silva, personagem do romance “História do Cerco de Lisboa”, do escritor José Saramago, que, em seu trabalho, acrescenta um não ao convite feito pelos clérigos portugueses aos cruzados para que os auxiliassem a tomar a cidade do domínio dos “mouros”. Essa nova construção, assim mobilizada, está politicamente engajada na assunção de outros protagonistas, professores subalternizados pelos endereçamentos curriculares das referidas políticas educativas e seus efeitos sobre a leitura da realidade e ações que mobilizaram suas trajetórias nos últimos anos. Os resultados evidenciam que os professores no sentido de garantirem suas autonomias tem buscado estratégias tácitas que tem lhes permitido manter suas relevâncias e protagonismos no âmbito do seu trabalho docente. A história do não, reconstruída pelo capital narrativo dos participantes, demonstrou que estas professoras e professores encampam suas ações políticas no âmbito da vida da escola, atuando sobre questões que emergem da fragilidade de laços sociais e da ineficiência das políticas em geral de prover respostas às verdadeiras demandas das escolas da região.Referências
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