NIETZSCHE E A CRÍTICA À IDEIA DE PROGRESSO E AO HISTORICISMO DO SÉCULO XIX: PARA UM NOVO IDEAL DE CULTURA (BILDUNG)

Autores

  • Vinícius de Souza Ribeiro Instituto Federal de Goiás, Campus Goiânia

DOI:

https://doi.org/10.14571/cets.v6.n1.273-280

Resumo

Em suas reflexões sobre a cultura alemã do século XIX, Friedrich Nietzsche percebe que tal cultura havia sido corroída por um falso ideal que, na análise do filósofo, desembocou em um filisteísmo e na perca da dimensão filosófica que uma existência legítima requer. Partindo de tais constatações, procurar-se-á examinar a crítica de Nietzsche a dois elementos que o mesmo censura veementemente na sociedade de sua época: primeiramente, avaliar-se-á as considerações do filósofo ao excesso de memória e a confiança que a sociedade de sua época depositava no historicismo oitocentista. Para Nietzsche, este se tratava de um ponto perigoso, pois instituições como o Estado se valiam do conhecimento histórico para promover a uniformização dos indivíduos, promovendo assim, um apego ao passado e às tradições que os impediam de pensar existencialmente sua condição humana. Desse modo, para situar o historicismo que provavelmente é criticado por Nietzsche, far-se-á uma análise do conceito e suas principais características a partir de Gadamer, Wehling e Caldas. Em segundo lugar, a filosofia da história que concebe a realidade como um plano evolutivo. Neste caso, a cultura alemã do século XIX seria vista como sendo o ideal de uma cultura refinada e superior; contudo, o filósofo problematiza com esta concepção e aponta suas debilidades, sobretudo no que tange o fato de seus contemporâneos, por acharem que viviam em uma sociedade que seria uma espécie de resultado das melhores comunidades do passado, encontravam-se incapacitados de desenvolver uma reflexão profunda sobre o seu modus vivendi. Desse modo, a partir de Kant e Bittencourt, ver-se-á a ideia de progresso de que o gênero humano está sempre em evolução.

Publicado

2014-09-29