PODE A ARTE NOS SALVAR?

Autores

  • Rodrigo Rizério de Almeida e Pessoa Instituto Federal da Bahia (IFBA)

DOI:

https://doi.org/10.14571/cets.v6.n1.301-311

Resumo

O desenvolvimento do caráter técnico-científico-industrial da civilização moderna trouxe consigo um renovado interesse em se discutir o homem e seu lugar no mundo. Durante o século XX, seja na arte, literatura ou filosofia, não faltaram vozes anunciando para o futuro o fim do homem ou a submissão de seu pensamento a níveis cada vez maiores de alienação. O interesse ou mesmo a necessidade de se questionar um modo de resistência capaz de trazer o homem de volta a si mesmo deu origem a diferentes leituras acerca do lugar do homem no mundo moderno. Entre elas, destacamos a interpretação da essência humana desenvolvida por Martin Heidegger. Segundo o autor alemão, cumpre-nos romper com o tradicional paradigma da subjetividade, que orientou o modo como a modernidade entendeu o ser do homem. Ora, a intenção dessa pesquisa é justamente demarcar as consequências dessa ruptura com a subjetividade para a compreensão do homem e enfim problematizar as suas implicações teóricas ou filosóficas mais gerais. De fato, desde que o homem se arvorou o título de “senhor da terra†parece que ele se encontra em todos oslugares, quando, na verdade, é justamente no domínio da técnica que ele se encontra o mais distante de si mesmo ou de sua essência. Para reencontrar-se consigo mesmo, faz-se necessário a preparação para o advento do novo homem, e está reservada à arte, ao que parece, abrir caminhos na densa floresta que separa o homem de sua autenticidade. Cabe a nós, portanto, questionar se e em que medida a arte pode cumprir essa tarefa, ou se, ao contrário, estamos esperando dela mais do que pode oferecer.

Publicado

2014-09-29