AS ARTES DE GOVERNAR: O PROFESSOR SERIA O “NOVO PASTOR” A SERVIÇO DA MÁQUINA ESTATAL?

Autores

  • Túlio Pascal Rios dos Santos Universidade Federal de Goiás, UFG

DOI:

https://doi.org/10.14571/cets.v6.n1.281-288

Resumo

O que é governo e como governar são temas que, desde Platão e Aristóteles, a Filosofia tem se ocupado. O governo na Grécia antiga diverge, porém, de outras formas de governo, como é o caso dos hebreus, e da mesopotâmia em geral. Na Grécia antiga o que se governa são as cidades, em contrapartida, especialmente entre os Hebreus, não se governa estruturas políticas, um Estado, ou um território, o que se governa são os homens. A forma de conduzir os homens surge no Oriente pré-cristão e a estrutura de poder pastoral irá se desenvolver até a alta espiritualidade cristã sob a técnica da direção de consciência e exame da consciência. Diante do exposto, como parte do objetivo desse artigo, a direção de consciência será resgatada em sua forma helênica e cristã. Ou seja, o Estado moderno se configurou a partir das artes de governar da tecnologia do poder pastoral e mantêm resquícios quanto à forma de governo das cidades gregas. Sendo esse mecanismo de governo uma nova forma do poder pastoral, é necessário investigar quais profissões poderiam reclamar para si o título de pastor? A partir desses pressupostos o foco da comunicação recai no debate da função do professor de Filosofia. Trata-se de investigar se o professor de Filosofia está contribuindo através do governo dos outros, para o governo de si, ou está apenas cumprindo normas impostas pelo Estado com intensões de assujeitamento? Tal como o “pastor†que governa os homens para que este esteja passivo e submisso a uma dada autoridade, o que resulta no estado de sujeição e obediência integral. Será que o ensino da filosofia está ainda ligado as práticas de governo da espiritualidade cristã? Será que o professor de Filosofia molda subjetividades de acordo com a normalização do Estado?

Publicado

2014-09-29