SOM E FÉ: DA PRÁTICA COMUNITÁRIA RELIGIOSA PARA A COMPLEXIDADE DO PENSAMENTO MUSICAL ERUDITO DO ÚLTIMO QUARTEL DO SÉC. XX
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v13.n1.23-40Resumo
Quando nos deparamos com os conceitos artÃstico-musicais desenvolvidos na segunda metade do século XX, é comum observa-los sobre o prisma dos progressos cientÃficos que promoveram ou dos quais resultaram, das organizações abstratas em que assentam, dos princÃpios estéticos que criam ou em que se enquadram, e, quase sempre, da individualidade da interpretação presente no ato criativo e sua representatividade, independentemente do suporte em que este se apresente. Paradoxalmente, algumas das principais obras musicais eruditas escritas no último quartel do século XX resultam do estudo musicológico e/ou representação musical de conceitos, ritos, práticas religiosas representativas de diferentes culturas do ocidente e sobretudo do oriente. Neste sentido, ao longo do presente artigo serão abordadas obras de compositores da música erudita ocidental, como o caso de Jonathan Harvey e Tristan Murail, caracterÃsticas das correntes musicais que enquadram, do serialismo ao espectralismo, quer em elencos acústicos como com eletrónica, que resultam de reinterpretações de práticas religiosas do hinduÃsmo e budismo, assim como comportamentos sonoros da prática comunicativa dos povos, como são exemplo os cantos e instrumentos do Tibete e Mongólia.Referências
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