Tendências em Jogos Digitais sobre Educação Especial

Uma Revisão da Literatura Internacional

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v15.n1.83-97

Resumo

É consenso que os jogos digitais extrapolam os limites do entretenimento, mostrando-se como potentes instrumentos para o ensino e aprendizagem nos diversos campos de conhecimento. No que se refere a Educação Especial, muitas lacunas são evidenciadas desde que o discurso da Inclusão Escolar passou a ser disseminado na realidade das escolas comuns, lacunas essas que possibilitam a inserção dos jogos digitais como aliados para ampliar as possibilidades de alcance de um contexto verdadeiramente inclusivo nas instituições de ensino e na sociedade como um todo. Nesse contexto, esse trabalho teve como objetivo realizar uma revisão sistemática da literatura para traçar um panorama dos artigos científicos que apresentam jogos sérios os quais tratam de questões relativas à Educação Especial e seu público. O propósito foi compreender as abordagens que têm sido utilizadas acerca dos jogos sérios para o campo da Educação Especial de modo a conhecer as possíveis contribuições desses jogos para o público de estudantes com deficiências. O Portal de Periódicos Capes foi a fonte de dados utilizada e, após o processo de buscas e seleção, foram analisados 16 artigos científicos que contemplavam os critérios estabelecidos. Os resultados reportam jogos cujo enfoque se fundamenta nas especificidades advindas da condição de deficiências, além de evidenciar a importância do trabalho entre especialistas de jogos e da Educação Especial e a participação ativa dos usuários alvo durante o planejamento e construção dos jogos. O campo da Educação Especial mostra-se promissor e fértil para o desenvolvimento de jogos digitais e espera-se que essa revisão indique caminhos para viabilizar o desenvolvimento de jogos considerando as demandas que esse campo de conhecimento apresenta.

Biografia do Autor

Josiane Pereira Torres, Universidade Federal de Minas Gerais, UFMG

Docente na Faculdade de Educação (FaE), Departamento de Administração Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Doutora em Educação Especial pelo programa de Pós--graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos (2018). Mestra (2013) em Educação Especial pelo Programa de Pós-graduação em Educação Especial da UFSCar. Licenciada em Física (2009) pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). Desenvolve pesquisas nas áreas da inclusão escolar de estudantes do Público-alvo da Educação Especial e políticas públicas de formação de professores para a Educação Especial.

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Publicado

2022-03-20

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Seção

Artigo