Análise de materiais autorais digitais educacionais à luz da tecnodocência: aspectos, perspectivas e potencialidades para ensinar e aprender biologia

Autores

  • Jéssyka Melgaço Rodrigues Universidade Federal do Ceará, UFCE
  • Robério Rodrigues Feitosa Universidade Federal do Ceará (UFC)
  • Luciana de Lima Universidade Federal do Ceará, UFC

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n1.111-129

Palavras-chave:

Tecnologias educacionais, Metodologias de ensino, Ensino e aprendizagem, Docência

Resumo

Com a crescente expansão dos recursos tecnológicos, necessita-se pensar em estratégias que contemplem essas ferramentas nos processos formativos, sobretudo considerando as possibilidades para o ensino de Biologia. Nessa perspectiva, os Materiais Autorais Digitais Educacionais (MADEs) se apresentam como alternativas para promover, entre outros aspectos, o engajamento, a proatividade e a autonomia dos/as alunos/as. Assim sendo, este trabalho tem o objetivo de analisar como os/as licenciandos/as em Biologia, pertencentes à Instituição Pública de Ensino Superior, utilizam os conceitos da Tecnodocência para desenvolverem seus MADEs, com vistas à melhoria da qualidade de aprendizagem. O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, a partir de uma análise cautelosa de dois materiais desenvolvidos no contexto da Licenciatura: uma página na rede social Instagram e um podcast. A análise possibilitou reconhecer nos MADEs determinadas perspectivas de utilização no contexto educacional, mas também identificou algumas fragilidades. Percebe-se uma articulação entre a interdisciplinaridade e os preceitos tecnodocentes, estabelecendo um paralelo dos elementos da formação e atuação docente aos aparatos tecnológicos. Considera-se que os MADEs denotam fecundas potencialidades para abordagem dos conteúdos, especialmente quando contempladas as possibilidades para ensinar e estudar Biologia, ao passo em que conjuntamente esta pesquisa pode servir de base para estudos futuros.

Biografia do Autor

Jéssyka Melgaço Rodrigues, Universidade Federal do Ceará, UFCE

Licenciada em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação de Itapipoca, campus da Universidade Estadual do Ceará (FACEDI/UECE) e em Pedagogia pela Faculdade Kurius (FAK). Especialista em Ecologia e Gestão Ambiental (FAK). Mestra em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Doutoranda em Ensino da Rede Nordeste de Ensino (RENOEN, polo UFC). Possui experiência profissional na Educação Infantil e no Ensino Médio (Biologia). Integra, atualmente, o quadro de professores efetivos da rede pública de ensino na Secretaria de Educação do Estado do Ceará (SEDUC/CE). Foi bolsista da CAPES: supervisora no Subprojeto PIBID-BIOLOGIA/FACEDI/UECE (2015-2018) e preceptora no Subprojeto PIRP-BIOLOGIA/FACEDI/UECE (2018-2020). Tem desenvolvido estudos sobre os seguintes temas: ensino de Ciências e Biologia, Estratégias Pedagógicas, Arte-Ciência, Profissão Docente e Formação de Professores.

Robério Rodrigues Feitosa, Universidade Federal do Ceará (UFC)

Licenciado em Ciências Biológicas pela Faculdade de Educação, Ciências e Letras de Iguatu, campus da Universidade Estadual do Ceará (FECLI/UECE). Especialista em Docência em Biologia e Práticas Pedagógicas pela Faculdade Única de Ipatinga e em Ensino de Ciências e Matemática pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, IFCE, campus Acopiara. Mestre em Ensino de Ciências e Matemática pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Doutorando em Ensino da Rede Nordeste de Ensino (RENOEN, polo UFC). Possui experiência profissional no Ensino Fundamental (Ciências), no Ensino Médio (Biologia) e no Ensino Superior, lecionando as disciplinas do setor Ensino de Ciências e Biologia com ênfase nos Estágios Supervisionados. Professor de Biologia da Secretaria de Educação do Ceará (SEDUC/CE), lotado na escola Liceu de Acopiara. Bolsista CAPES, preceptor do Programa Residência Pedagógica do IFCE, Acopiara. Tem desenvolvido estudos sobre os seguintes temas: Ensino de Ciências e Biologia, Formação de Professores, Estratégias Pedagógicas, Ensino Híbrido, Tecnologias Educacionais e Metodologias Ativas.

Luciana de Lima, Universidade Federal do Ceará, UFC

Licenciada em Matemática pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Especialista em Psicopedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA). Especialista em Tecnologia com ênfase em Telemática pelo Centro Federal Tecnológico do Ceará (CEFETCE). Mestre em Educação pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutora em Educação, linha Educação, Currículo e Ensino, eixo Ensino de Ciências, pelo Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Educação da UFC. Atualmente é professora DE Associada da UFC, com lotação no Instituto Universidade Virtual (IUVI). Atua no Mestrado Profissional de Ensino de Ciências e Matemática (ENCIMA) e no Mestrado Profissional em Tecnologia Educacional (PPGTE). É líder do Grupo de Pesquisa Tecnodocência cadastrado no Diretório do CNPq. Tem experiência na área de Formação de Professores, trabalhando principalmente com os seguintes temas: Tecnodocência, Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação (TDICs), Formação de Professores, Formação de Licenciandos, Aprendizagem Significativa, Mapas Conceituais, Interdisciplinaridade, Construcionismo, Educação Matemática e Ensino de Ciências.

Referências

Bacich, L., Tanzi Neto, A., & Trevisani, F. M (org.). (2015). Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso.

Bahia, A. B., Silva, A. & Regina, L. D. (2015). Vídeo didático: um guia para o professor. Florianópolis: IFSC.

Brasil. (2017). Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Ministério da Educação, Brasília, DF: MEC.

Camargo, F.; Daros, T. (2018). A sala de aula inovadora: estratégias pedagógicas para fomentar o aprendizado ativo. Porto Alegre: Penso. 123 p.

Castro, E. A., Ribeiro, V. C., Soares, R., Sousa, L. K. S., Pequeno, J. O. M., & Moreira, J. R. (2015). Ensino Híbrido: desafio da contemporaneidade? Projeção e Docência, v. 6, n. 2, p. 47-58.

Feitosa, R. R. (2022). Formação de professores(as) de Ciências e Biologia na perspectiva do ensino híbrido: desafios e possibilidades. 2022. 190 f. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências e Matemática) - Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.

Franco, M. L. P. B. (2012). Análise do Conteúdo. Série Pesquisa, v. 6. 4. ed. Brasília: Líber Livro.

Freire, P. (2003). Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra.

Jotta, L. A. C. V. (2005). Embriologia animal: uma análise da linguagem verbal em livros didáticos de biologia. V Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (ENPEC), n. 5, p. 1 -12.

Kenski, V. M. (2012). Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. Campinas: Papirus (Coleção Papirus Educação).

Krasilchik, M. (2016). Prática de ensino de Biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo (EDUSP).

Lima, L. de, & Loureiro, R. C. (2016). A Aprendizagem Significativa do conceito de Tecnodocência: integração entre Docência e Tecnologias Digitais. Revista Novas Tecnologias na Educação, Porto Alegre, v. 14, n. 1, p. 1-10.

Lima, L. de, & Loureiro, R. C. (2022). Desenvolvimento de materiais autorais digitais educacionais: transformação da compreensão de licenciandos sobre o uso das tecnologias digitais na docência. Revista Foco, v. 15, n. 1.

Lima, L. de, & Loureiro, R. C. (2019). O desenvolvimento de Materiais Autorais Digitais Educacionais na compreensão de Licenciandos sobre Docência em contexto Interdisciplinar. Brazilian Journal of Development, v. 5, n. 6, p. 7445-7458.

Lima, L. de, & Loureiro, R. C. (2019). Tecnodocência: concepções teóricas. Fortaleza: Edições UFC.

Lima, L. de, Loureiro, R. C., & Aguiar, B. C. (2020). Uso e Desenvolvimento de Tecnologias Digitais da Informação e Comunicação na Formação de Licenciandos. Revista Internacional Educon, Aracaju, v. 1, n. 1, p. 1-11.

Lima, L. de, Rocha, M. A. C. da, Silva, D. G. da, & Loureiro, R. C. (2022). Análise de vídeos didáticos autorais desenvolvidos no contexto da Tecnodocência. Concilium (BRASIL), v. 22, p. 170-184.

Moraes, R. (1999). Análise de conteúdo. Revista Educação, Porto Alegre, v. 22, n. 37, p. 7-32.

Moura, J., Deus, M. S. M., Gonçalves, N. M. N., & Peron, A. (2013). Biologia/Genética: o ensino de Biologia, com enfoque a Genética, das escolas públicas no Brasil – breve relato e reflexão. Semin. Cienc. Biol. Saúde [Internet]. 19º de dezembro de 2013 [citado 24º de maio de 2023]; 34(2): 167-74.

Neves, L. J. (1996). Pesquisa qualitativa – características, usos e possibilidades. Caderno de pesquisas em administração, São Paulo, v.1, nº 3.

Sampaio, C. F. (2015). Projetos interdisciplinares: concepções e práticas de docentes do Ensino Médio. 2015. Dissertação (Mestrado) – Curso de Ensino, Centro Universitário UNIVATES, Lajeado.

Papert, S. (2008). A Máquina das Crianças. São Paulo: Artmed.

Petrovich, A. C. I., Araújo, M. F. F. de., Montenegro, L. A., Rocha, A. C. P., & Pinto, E. D. J. (2014). Temas de difícil ensino e aprendizagem em Ciências e Biologia: experiências de professores em formação durante o período de regência. Revista da SBEnBio, Niterói-RJ, n. 7, p. 363-373.

Downloads

Publicado

2024-03-28

Edição

Seção

Artigo