Tradução e adaptação transcultural do questionário TPACK-DEEP
Telacionando as TDICS e o conhecimento profissional docente
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v17.n3.1102-1113Palavras-chave:
TPACK, formação de professores, educação em química, tecnologias digitais, conhecimentos docentesResumo
O modelo do Conhecimento Tecnológico, Pedagógico e de Conteúdo (TPACK) tem ganhado destaque na literatura internacional, subsidiando um número expressivo de pesquisas na formação inicial de docentes também no contexto brasileiro. No entanto, observa-se uma escassez de instrumentos metodológicos disponíveis para a avaliação do conhecimento profissional docente. Diante desse cenário, o objetivo deste trabalho é apresentar um protocolo para a tradução intercultural do questionário de autorrelato do conhecimento profissional docente, especificamente o TPACK-DEEP, e apresentar os resultados de sua aplicação na formação inicial de professores de química. Para tanto, delineamos um percurso de tradução intercultural baseado em cinco etapas: (I) Tradução Inicial; (II) Síntese das Traduções; (III) Back Translation; (IV) Revisão por um comitê de especialistas; (V) Pré-teste. Em seguida, realizamos a aplicação do questionário traduzido com duas turmas de licenciandos em química de uma instituição pública federal no Brasil. Os resultados indicam a viabilidade do protocolo para a realização de tradução intercultural, com potencial de expansão para uma variedade maior de questionários de autorrelatos do TPACK. Adicionalmente, a aplicação do questionário aos licenciandos em química revelou uma relação não linear entre a autopercepção do TPACK e as atividades de formação inicial relacionadas às Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC). Em conclusão, ressaltamos a importância de fornecer novos instrumentos metodológicos para o acesso e análise dos conhecimentos profissionais dos professores em formação inicial. Destacamos também a importância de momentos reflexivos na interface com as ferramentas digitais para superar uma visão ingênua dos professores em relação à sua utilização no âmbito educativo.Referências
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