O LUGAR DO SENSÍVEL NA EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: AUSÊNCIA, CONTINUIDADE OU RUPTURA
DOI:
https://doi.org/10.14571/cets.v9.n3.375-383Resumo
Este ensaio apresenta como objeto de reflexão crÃtica a normalização do sensÃvel por meio do controle médico, objetivando a compreensão de como a Educação Permanente em Saúde (EPS) oferece um referencial teórico-metodológico orientado para uma ruptura com essa normalização na atualidade. A fim de cumprir com o objetivo traçado, utilizamos como base norteadora da presente reflexão alguns livros e textos: o texto “Medicina, higiene e educação escolarâ€, de José G. Gondra (2000), o qual nos ajuda a pensar a estreita relação entre o surgimento dos discursos médico-higienistas e a educação brasileira; outros textos que trabalham aspectos da EPS por sua relação direta com a temática, especialmente o texto “MicropolÃtica e saúde: produção do cuidado, gestão e formaçãoâ€, de Laura Feuerwerker (2014); e por fim, alguns textos do filósofo e historiador Michel Foucault, em especial “MicrofÃsica do poder†(1984), como fio condutor da discussão para tratar as relações de poder envolvidas no processo de normalização do sensÃvel nas sociedades brasileiras. Para isto, apresentamos inicialmente como esta normalização do sensÃvel surgiu ainda no século XIX, coincidindo com o processo de consolidação e legitimação da ciência médica ocidental e com a conformação de um Estado Nacional Brasileiro. Em seguida, apontamos o importante papel da educação na divulgação e consolidação dos ideais médicos e por fim, sinalizamos a formação da EPS como alternativa à centralização vertical da norma médica, surgindo como uma proposta de descentralização do saber de referência ou de autoridade. Acreditando que a discussão trazida neste ensaio não se encerra por aqui, buscamos com ele entender as possibilidades que a Educação Permanente em Saúde oferece para uma ruptura com a normalização e por outro os limites da EPS, pois esses aparecem à medida em que ela é capturada pelas perspectivas disciplinar e de controle, ou melhor, quando ela se institucionaliza enquanto polÃtica pública no Brasil.Downloads
Publicado
2016-12-19
Edição
Seção
Corpo, Tecnologia, Educação e Governabilidade