A UTILIZAÇÃO DA TEORIA DA ATIVIDADE COMO FRAMEWORK PARA A PESQUISA E O DESENVOLVIMENTO EM TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Autores

DOI:

https://doi.org/10.14571/brajets.v11.n3.477-491

Resumo

A teoria da atividade pode ser utilizada como um framework para análise de qualquer atividade humana mediada por um artefato, incluindo atividades de ensino mediadas por tecnologias educacionais. Porém, os autores envolvidos na proposição da teoria não apresentam métodos ou procedimentos práticos para a sua aplicação, cabendo a cada pesquisa estruturar uma forma de utilizá-la. Para contribuir com a resolução dessa lacuna, o objetivo deste trabalho foi identificar e analisar como a teoria vendo sendo aplicada em pesquisas no campo da tecnologia educacional e propor – a partir deste levantamento – sugestões de procedimentos para serem utilizados em pesquisas futuras. Para isso, utilizou-se como estratégia de investigação uma pesquisa bibliométrica seguida por uma análise qualitativa de trabalhos nesta área. Os resultados apontaram que a teoria da atividade já é aplicada no campo da tecnologia educacional como ferramenta de análise. As vantagens de sua aplicação consistem no fornecimento de uma visão holística do contexto social e complexo no qual as tecnologias se inserem, além da identificação das inter-relações e contradições entre os diversos atores (sujeitos e comunidade) e os demais elementos da atividade (artefatos mediadores, divisão do trabalho e regras e costumes). Apesar da teoria proposta originalmente não apresentar um protocolo padronizado de como o framework deve ser aplicado, a análise qualitativa conseguiu identificar nos trabalhos analisados uma linha geral comum de sua utilização. Essa linha geral foi sintetizada na forma de um modelo de aplicação do framework da teoria da atividade apresentado ao final do artigo.

Biografia do Autor

Marco André Mazzarotto Filho, Universidade Federal do Paraná, UFPR

Doutorando em Design no Programa de Pós-Graduação em Design da UFPR, estudo formas integradas e interdisciplinares de conduzir o processo de ensino/aprendizagem de representação gráfica digital. Mestre em Design pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Especialista em Gestão do Design pela UTP e Graduado em Desenho Industrial – Programação Visual pela PUC/PR. Como profissional, já atuou no desenvolvimento de projetos de design, web design e design instrucional para empresas como HSBC, GVT, Renault, Unicuritiba, entre outras. Para o Governo Federal foi responsável pelos projetos de design de identidade visual e embalagem para o programa brasileiro de Assistência Humanitária Internacional e pelo projeto de padronização e design dos novos documentos de registro civil (Certidões de Nascimento, Casamento e Óbito). Já lecionou nos cursos de Design Gráfico e de Produto da UFPR, no curso de Comunicação Social do Centro Universitário Uninter e é atualmente professor 40 horas DE nos cursos de Design da UTFPR.

Vânia Ribas Ulbricht, Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC

É licenciada em Matemática, com mestrado e doutorado em Engenharia de Produção pela UFSC. Foi professora visitante da Universidade Federal do ParanáÌ no Programa de Pós-Graduação em Design (2012-2014). Pesquisadora da Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) e presta serviço voluntario no PPEGC da UFSC. Foi bolsista em Produtividade e Desenvolvimento Tecnológico e Extensão Inovadora de 2009 a 2013, DT/CNPq. Coordenadora do projeto: Mídias, Tecnologias e Recursos de Linguagem para um ambiente de aprendizagem acessível aos surdos, aprovado pelo CNPq através da CHAMADA No 84/2013 MCTI-SECIS/CNPq - TECNOLOGIA ASSISTIVA / B - Núcleos Emergentes É bolsista do CNPq na modalidade DTI-A.

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Publicado

2018-11-01

Edição

Seção

Artigo