Educar na era digital: processos de ensinagem com os nativos digitais
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v14.n3.421-436Resumo
A integração das tecnologias digitais às práticas educacionais vem gerando debates e questionamentos acerca das reconfigurações no processo de ensino e aprendizado. De fato, as experiências mediadas pelos professores através de dispositivos e mídias tecnológicas estimulam novas formas de interação na sala de aula. Anastasiou e Alves (2015), Moran (2015) ou Bates (2016) indicam que as práticas pedagógicas na era digital provocam transformações nos alunos e professores, pois incentivam diálogos horizontais, proatividade, cooperação e protagonismo coletivo, o que pode ser entendido como um processo de ensinagem. Dito isto, o artigo apresenta uma discussão acerca da educação na era digital, a partir destes processos de ensinagem. É apresentada uma revisão teórica seguida de uma abordagem empírica, de caráter exploratório, envolvendo observações participantes, grupos focais e entrevistas com alunos e professores da Educação Infantil e Ensino Fundamental de uma escola municipal localizada em Novo Hamburgo/RS, a qual é caracterizada pelo incentivo à integração das tecnologias digitais em sala de aula. Resultados apontam que professores e alunos estão se adaptando aos processos de ensinagem, especialmente através de momentos híbridos, em que as ferramentas digitais otimizam a construção do saber na educação presencial.Referências
Anastasiou, L. & Alves, L. (2015). Processos de ensinagem na universidade: pressupostos para as estratégias de trabalho em aula. Joinville, Editora Univille.
Bardin, L. (2006). Análise de conteúdo. Lisboa, Edições 70.
Bates, T. (2016). Educar na era digital: design, ensino e aprendizagem. São Paulo: Art. Educacional.
Caldana, L. (2017). Conservadores, migrantes e nativos: as gerações e a internet. (Online). Disponível em: http://pontoeletronico.me/2017/geracoes-digitais/. Acesso em 11 Mai. 2020.
Carvalho, F. (2010). Neurociências e educação: uma articulação necessária na formação docente. Trabalho, Educação e Saúde, v. 8, n 3. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio, Rio de Janeiro.
Castells, M. (2005). A sociedade em rede. São Paulo, Paz e Terra.
Costa, I. (2014). Novas tecnologias e aprendizagem. Rio de Janeiro, Ed. Wak.
Fontana, D. (1991). Psicologia para professores. São Paulo, Loyola.
Galafassi, F., Luz, J.C. & Galafassi, C. (2013). Análise Crítica das Pesquisas Recentes sobre as Tecnologias de Objetos de Aprendizagem e Ambientes Virtuais de Aprendizagem. Revista Brasileira de Informática na Educação (RBIE), v.21, n.3, pp.41-52.
Gallo, P. & Pinto, M. (2010). Professor, esse é o objeto virtual de aprendizagem. Revista Tecnologias na Educação, v.2, n.1, pp.1-12.
Gómez, A. (2015). Educação na era digital: a escola educativa. Porto Alegre, Ed. Penso.
Guerra, L. (2011). O diálogo entre a neurociência e a educação: da euforia aos desafios e possibilidades. (Online). Disponível em: https://www2.icb.ufmg.br/neuroeduca/arquivo/texto_teste.pdf/. Acesso em 04 Jun. 2020.
Iervolino, S. & Pelicioni, M. (2001). A utilização do grupo focal como metodologia qualitativa na promoção da saúde. Revista Escola de Enfermagem USP, v 35, n.2, pp.115-21.
Junior, W. (2016). Objetos virtuais de aprendizagem como recursos digitais educacionais. Pedagogia em Foco, v.11, n.5, jan./jun., pp.53-65.
Oliveira, G. (2014). Neurociências e os processos educativos: um saber necessário na formação de professores. Educação Unisinos, v.18, n.1, pp.13-24.
Palfrey, J. & Gasser, U. (2011). Nascidos na era digital: entendendo a primeira geração de nativos digitais. Porto Alegre, Grupo A.
Reszka, M.F. (2016). A posição de ostra do professor. In: Alfamege-González, A.; Begoña, M; Entrena, R. & Jesús, M. (Eds.). Gobernanza, balance del proceso de Bolonia, condiciones laborales y profesionalidad docente en educación superior. Murcia, Servicio de Publicaciones de la Universidad de Murcia, pp.247-215.
Reszka, M.F.; Graziola Junior, P. (2011). De homo sapiens à homo zappiens: sofrimento psíquico dos professores em formação diante das tecnologias digitais. (Online). Disponível em: http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=MSC0000000032010000100043&lng=en&nrm=iso/. Acesso em 11 jun. 2020.
Spinelli, W. (2005). Aprendizagem Matemática em Contextos Significativos: Objetos Virtuais de Aprendizagem e Percursos Temáticos. (Dissertação de Mestrado). Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), São Paulo, USP.
Valentini, C. (2010). Aprendizagem em ambientes virtuais: compartilhando ideias e construindo cenários. Caxias do Sul, Educs.
Zawacki-Richter, O.; Anderson, T. (2015). Educação a distância online: construindo uma agenda de pesquisa. São Paulo, Ed. Artesanato Educacional.
Zilles Borba, E. & Zuffo, M. (2015). Do Modus Operandi ao Modus Vivendi: Uma nova percepção de interfaces. In: Romancini, R. e Vassalo de Lopes, M. (Orgs.). Anais do XIV Congresso Ibero-Americano de Comunicação (IBERCOM 2015): comunicação, cultura e mídias sociais. São Paulo: ECA-USP, pp.2585-2597.
Zilles Borba, E. (2020). Towards a full body narrative: a communicational approach to the techno-interactions in virtual reality. Lumina, 14(1), p.37-52. https://doi.org/10.34019/1981-4070.2020.v14.30019