A Colonialidade do Conhecimento Científico
DOI:
https://doi.org/10.14571/brajets.v16.n3.210-218Palavras-chave:
Universidade, Ciência, Epistemologia, CulturaResumo
A universidade é um espaço formativo que trabalha por três principais frentes: ensino, pesquisa e extensão. Apesar da produção de conhecimento ser gerada por diferentes formas entre essas três dimensões, o desenvolvimento científico foi historicamente alicerçado em perspectivas e definições específicas sobre o que é ciência. Este ensaio visa apresentar os fundamentos de dois elementos característicos do conhecimento científico, o método e a racionalidade, e a sua forma de imposição cultural, especialmente na produção científica. Para isso, foram levantadas as contribuições de René Descartes e Immanuel Kant sobre a importância do método e do uso da razão para o desenvolvimento da ciência. Logo após, foram consideradas discussões de Boaventura de Souza Santos e Jean-Marc Ela sobre esse modelo de ciência e a exclusão de outras formas de saberes. Também foram incluídas as propostas de Antonio Joaquim Severino e Manuel Tavares referentes à decolonialidade nas universidades latino-americanas. Concluímos que a universidade desempenha uma função colaborativa com a colonialidade, pois impõe e difunde apenas os conhecimentos que são considerados legítimos nos padrões ocidentais. É necessário, portanto, refletir as suas ações, concepções e propostas para desempenhar a consciência crítica e incluir a diversidade epistemológica existente na sociedade.Referências
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