AVALIAÇÃO DA EXPERIÊNCIA DE ESTAR EM DESEMPREGO: PONTOS POSITIVOS E NEGATIVOS
DOI:
https://doi.org/10.14571/cets.v10.n1.28-39Resumo
Neste estudo, investigamos o fenômeno do desemprego sob o ponto de vista biográfico-subjetivo. Utilizamos um survey e, por meio de resposta aberta, os 151 participantes listaram aspectos positivos e negativos sobre a experiência de estar em desemprego. Com recurso ao programa NVivo e utilizando a metodologia de análise de conteúdo, realizamos análises de frequência e por categoria temática. Todos os participantes referiram aspectos negativos e 122 citaram pelo menos um aspecto positivo. No total, foram analisadas 13 categorias, sendo “dificuldade financeira†e “ter mais tempo†aquelas de maior frequência. A complexidade da experiência do desemprego apresentada neste estudo pode possibilitar novos trabalhos e, a partir disso, auxiliar na construção de tecnologias sociais que apoiem indivÃduos e famÃlias em situação de desemprego.Referências
AMATO, P. R.; BEATTIE, B. Does the unemployment rate affect the divorce rate? An analysis of state data 1960–2005. Social Science Research, v. 40, p. 705–715, 2011. doi:10.1016/j.ssresearch.2010. 12.012
ANTUNES, R. Século XXI: A nova era da precarização estrutural do trabalho. In: Dal Rosso; FORTES, J. A. A. S. (Ed.). Condições de trabalho no limiar do século XXI. BrasÃlia: Épocca, 2008.
ANTUNES, R. Os sentidos do trabalho: ensaio sobre a afirmação e a negação do trabalho. São Paulo: Boitempo, 2007.
ARÉVALO-PACHÓN, G. Tendencias en la investigación psicológica sobre desempleo y salud. Revista Iberoamericana de PsicologÃa: Ciencia y TecnologÃa, v.5(2), p. 17-30, 2012. DisponÃvel em: <http://ibero-revistas.metabiblioteca.org/index.php>. Acesso em: 12 Out. 2016.
ASFORA, S. C.; DIAS, M. R. C. Modelo de qualidade de vida no trabalho para a polÃcia militar de Pernambuco. Revista Eletrônica de Administração, v. 12, p. 1 – 26, 2006. DisponÃvel em: . Acesso em: 07 Mai. 2016
BARDIN, L. Análise de conteúdo (4ª ed.). Lisboa: Edições 70, 2011.
AQUINO, C. A. B., et al. Terceirização e saúde do trabalhador: Uma revisão da literatura nacional. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, v. 16(2), p. 130-142, 2016. doi: 10.17652/rpot/ 2016.2.660
BORGES, L. O.; TAMAYO, A. A estrutura cognitiva do significado do trabalho. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 1(2), 11–44, 2001. ISSN 1984-6657. DisponÃvel em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/rpot/article/view/6712>. Acesso em: 07 Mai. 2016
CALDAS, M. Demissão: Causas, efeitos e alternativas para empresa e indivÃduo. São Paulo: Atlas, 2000.
CASTEL, R. As metamorfoses da questão social: Uma crônica do salário. Petrópolis: Vozes, 1998.
DEJOURS, C. A loucura do trabalho: Estudo de psicopatologia do trabalho. São Paulo: Cortez, 1992.
EZZY, D. Unemployment and mental health: a critical review. Social Science and Medicine, v. 37, p. 41–52, 1993. DisponÃvel em: < https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8332923>. Acesso em: 07 Mai. 2016
FRANKL, V. Um sentido para a vida. Aparecida: Editora Santuário, 1989.
FRYER, D. Employment deprivation and personal agency during unemployment: A critical discussion of Jahoda’s explanation of the psychological effects of unemployment. Social Behaviour, v. 1(1), p. 3-23, 1986. DisponÃvel em: < http://psycnet.apa.org/psycinfo/1989-24290-001>. Acesso em: 12 Out. 2016
GENNARI, A.; ALBUQUERQUE, C. Globalização e reconfigurações do mercado de trabalho em Portugal e no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 27(79), p. 65-79, 2012. doi: 10.1590/S0102-69092012000200005
GUERRA, L. L. L. et al. Habilidades de conversação e desenvoltura em entrevista de emprego: Aplicação de um programa de ensino baseado na análise do comportamento. Trilhas Pedagógicas, v. 6(6), p. 288-305, 2016. DisponÃvel em: <http://fatece.edu.br/revista%20trilhas/volume6.php>. Acesso em: 12 Out. 2016.
HARVEY, D. Condição pós-moderna: Uma pesquisa sobre a origem das mudanças culturais. São Paulo: Loyola, 2010.
HEIDEGGER, M. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 1995.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTATÍSTICA. Anuário EstatÃstico de Portugal. Portugal, 2016. DisponÃvel em: <http://www.ine.pt>. Acesso em: 07 Mai. 2016.
JAHODA, M. Economic recession and mental health: Some conceptual issues. Journal of Social Issues, v. 44, p. 13–23, 1988. doi: 10.1111/j.1540-4560.1988.tb02089.x
JENSEN, P.; SMITH, N. Unemployment and marital dissolution. Journal of Population Economics, v. 3, p. 215–229, 1990. doi: 10.1007/BF00163076
JOLLEY, G. et al. Positive and negative impacts of job loss on family life: the perceptions of Australian car workers. Australian Journal of Social Issues, v. 46(4), p. 411– 433, 2011.
KEYNES, J. M. The general theory of employment. In: The quarterly journal of economics, p. 209-223, 1937.
KINNUNEN, U.; FELT, T. Economic stress and marital adjustment among couples: Analyses at the dyadic level. European Journal of Social Psychology, v. 34, p. 519–531, 2004. doi:10.1002/-ejsp.213
KIPPEN, R et al. What’s love got to do with it? Homogamy and dyadic approaches to understanding marital instability. Journal of Population Research, v. 30, p. 213–247, 2013. doi: 10.1007/s12546-013-9108-
KUBO, S. H.; GOUVÊA, M. A. Análise de fatores associados ao significado do trabalho. Revista de Administração, v. 47(4), p. 540-554, 2012. doi: 10.5700/rausp1057
LACAZ, F. A. C. O campo saúde do trabalhador: Resgatando conhecimentos e práticas sobre as relações trabalho-saúde. Cadernos de Saúde Pública, v. 23(4), p. 757-766, 2007. doi: 10.1590/S0102-311X2007000400003.
LIMA, A. V. Q.; GOMES, M. W. F. "Estou formado(a), e agora?": Uma análise sobre o sofrimento psÃquico de desempregados recém-formados em instituições de nÃvel superior em São LuÃs-MA. Cadernos de Pesquisa, v. 17(3), p. 37-46, 2010. DisponÃvel em: http://www.periodicoseletronicos.ufma.br/index.php/cadernosdepesquisa/article/view/280/201. Acesso em: 07. Mai. 2016
LIMA, P. G. C.; AMADO, A. M.; MOLLO, M. L. R. Fundamentos macroeconômicos nas perspectivas de Marx e Keynes: Contribuições para a heterodoxia. Revista de Economia PolÃtica, v. 36(3), p. 603-621, 2016. doi: 10.1590/0101-31572015v36n03a08
LEON, L. M.; IGUTI, A. M. Saúde em tempos de desemprego. In: GUIMARÃES, L. A. M.; GRUBITS, S. (Ed.). Série Saúde Mental e Trabalho. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003.
MARX, K. O Capital: CrÃtica da Economia PolÃtica I – Livro I (6ª ed.). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.
MATTOS, F. A. M.; LIMA, S. S. Apontamentos para o debate sobre o pleno emprego no Brasil. Economia e Sociedade, v. 24(2), p. 293-328, 2015. doi: 10.1590/1982-3533.2015v24n2art3
MENDOLIA, S. The impact of husband's job loss on partners' mental health. Review of Economics of the Household, v. 12, p. 277–294, 2014. doi: 10.1007/s11150-012-9149-6
MITCHELL, J.; KRISTOVICS, A. Death of an airline: The well being of retrenched Ansett staff three years on. International Journal of Employment Studies, v. 13(2), p. 89–118, 2005. DisponÃvel em: < http://handle.uws.edu.au:8081/1959.7/10141>. Acesso em: 07.Mai.2016
NEWMAN, L.; MACDOUGALL, C.; BAUM, F. Australian children’s accounts of the closure of a car factory: Global restructuring and local impacts. Community, Work & Family, v. 12(2), p. 143–158, 2009. doi: 10.1080/13668800902778934
OLIVEIRA, J. N. de; MENDES, A. M. Sofrimento psÃquico e estratégias defensivas utilizadas por desempregados: Contribuições da psicodinâmica do trabalho. Temas em Psicologia, v. 22(2), p. 389-399, 2014. doi: 10.9788/TP2014.2-10
ORGANISTA, J. H. C. O debate sobre a centralidade do trabalho. São Paulo: Expressão Popular, 2006.
PINHEIRO, L. R. S.; MONTEIRO, J. K. Refletindo sobre desemprego e agravos à saúde mental. Cadernos de Psicologia Social do Trabalho, v. 10(2), p. 35–45, 2007. DisponÃvel em: < http://pepsic.bvsalud.org/pdf/cpst/v10n2/v10n2a04.pdf>. Acesso em 21.Abr.2016
PREVITALI, F. S.; FAGIANI, C. C. Organização e controle do trabalho no capitalismo contemporâneo: a relevância de Braverman. Cadernos EBAPE.BR, v. 12(4), p. 756-769, 2014. doi: 10.1590/1679-395115088
RIBEIRO, M. A. Estratégias micropolÃticas para lidar com o desemprego: Contribuições da Psicologia Social do Trabalho. Psicologia PolÃtica, v. 9(18), p. 331–346, 2010. DisponÃvel em: <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-549X2009000200010&lng =pt&tlng=pt.>. Acesso em: 21 Abr. 2016.
ROGERS, C.; ROSENBERG, R. L. A pessoa como centro. São Paulo, Brasil: Edusp, 1977.
SOBRAL, J. M.; GONÇALVES, C. M.; COIMBRA, J. L. A influência da situação profissional parental no desenvolvimento vocacional dos adolescentes. Revista Brasileira de Orientação Profissional, v. 10(1), p. 11-22, 2009. DisponÃvel em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902009000100004>. Acesso em: 07 Mai. 2016.
SOUZA JÚNIOR, H. P. Centralidade ontológica do trabalho ou centralidade da informação e do conhecimento nos processos de formação humana? Pro-Posições, v. 19(2), p. 163-179, 2016. doi: 10.1590/S0103-73072008000200012
TAY, L.; DIENER, E. Needs and subjective well-being around the world. Journal of Personality and Social Psychology, v. 101(2), p. 354–365, 2011. doi: 10.1037/a0023779
WESTMAN, M.; ETZION, D.; HOROVITZ, S. The toll of unemployment does not stop with the unemployed. Human Relations, v. 57(7), p. 823–844, 2004. doi:10.1177/0018726704045767
ZHANG, H.; FAN, S.; YIP, P. Marital satisfaction trends in Hong Kong between 2002 and 2012. Journal of Sex & Marital Therapy, v. 41(4), p. 1–10, 2015. doi: 10.1080/0092623X.2015.1053021